O Típico Cristão "Feliz"



Essa charge é muito ilustrativa. Conheci e ainda encontro muitos cristãos que garantem que são felizes, prósperos e saudáveis graças a Deus. Olhando mais de perto, a maioria anda bastante perturbada, não só com os problemas que a vida traz naturalmente, mas ainda com a tentativa de conciliar as caducas doutrinas cristãs com a vida moderna e seus desafios novinhos em folha. Muitos dos que se dizem prósperos — e dão até testemunhos de prosperidade na igreja — estão, de fato, devendo muito aos pequenos e traiçoeiros milagres dos cartões de crédito e dos empréstimos "fáceis". Tem gente pegando dinheiro emprestado para dar dízimo e fazendo ofertas por cartão de crédito, inclusive nos templos. Isso não é mais exclusividade dos tele-evangelistas.

Não preciso nem dizer que tem gente morrendo e dizendo que Jesus curou. Pensam que, comprometendo a "honra de Deus" dessa maneira, ele se sentirá obrigado a atender seus insistentes pedidos por cura miraculosa. E o que mais existe por aí são pastores que dizem: "Vai em paz. O Senhor te curou", porque não estarão por perto quando o pobre do crente voltar para a vidinha miserável que ele havia deixado em casa quando foi ao culto, à cruzada, à sessão de descarrego ou a qualquer outro tipo de reunião que já se tenha inventado para arrancar dinheiro e aplausos dos fiéis.

A vida é muito melhor sem o peso morto da igreja e seu cristianismo. Posso garantir isso por experiência própria. Mas não adianta abandonar os bancos da igreja e continuar permitindo que suas asneiras contaminem sua imaginação. Lugar de morto é no cemitério — e não existe coisa mais morta do que a ideia amplamente anunciada pelos pregadores eletrônicos e seus congêneres de que há vida após a morte e de que o passaporte para essa alucinação é a fé em um deus tão real quanto saci-pererê, coelhinho da Páscoa e Papai Noel. A vida pode ser maravilhosa, mas não no que depender da igreja, seus dogmas e mitos. Neurose nunca produziu saúde. A igreja é uma eficiente — se não for a maior — produtora de neuroses.

Quer saber de uma coisa? A felicidade depende, em grande parte, de como você vive seu próprio potencial intelectual, emocional e físico. Tudo isso é corpo — mas quem fica preocupado com a falácia da imortalidade da alma nunca conseguirá explorar a beleza e grandeza de tudo isso.

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