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Três super-heróis que eu adorava na infância!!!

Super-Heróis, Memórias e Coragem para Ser Você Mesmo

Sergio Viula - Blog Fora do Armário

Dizem que pessoas idosas adoram rememorar, comentar antigas lembranças... Talvez eu esteja mesmo ficando velho, porque ultimamente tenho me emocionado com coisas que fizeram parte da minha infância e adolescência. Mas quer saber? Está tudo bem com isso.

O tempo não volta. Ele só avança — e, se parar para nós, é porque já não estamos mais aqui. Por isso, vale a pena viver intensamente, mesmo que o tempo nos imponha seus desgastes e marcas. Vale a pena porque estamos vivos — e viver é o maior dos superpoderes.

Hoje decidi compartilhar três vídeos que prestam tributo a três dos meus super-heróis favoritos (não os únicos, claro). Poderia incluir muitos outros aqui — como A Poderosa Ísis, A Feiticeira ou Jeannie é um Gênio — que, embora não fossem heroínas clássicas, tinham poderes extraordinários.

Talvez minha fixação por superpoderes, quando criança e adolescente, viesse do instinto. Eu intuía que precisaria de muita coragem, força e inteligência para lidar com pessoas que, mesmo me amando, não me compreendiam — sem falar naquelas que sequer tentavam compreender.

O menino indefeso cresceu. E o mais bonito é que ele não precisou de nenhum raio gama, mordida de aranha radioativa ou anel mágico para vencer as armadilhas que o "status quo" colocou à sua volta — e, principalmente, dentro dele.

Com a força de um Superman, a inteligência de um Batman e um toque da sensibilidade da Mulher-Maravilha (afinal, todo homem carrega um X ao lado do Y nos seus cromossomos), consegui superar adversidades que dariam um belo roteiro de ficção. Só que foi tudo real.

Mas essa história não é só minha.

Muita gente pode dizer o mesmo. E eu torço, de coração, para que outros tantos que ainda não encontraram coragem de sair da Batcaverna, do Planeta Diário ou da sala da secretaria do escritório — como Diana Prince fazia para ocultar sua verdadeira identidade —, encontrem forças para viver plenamente. Para se reconhecerem, se aceitarem e se apresentarem ao mundo como são.

Você não precisa ser um super-herói para isso. Só precisa ser você mesmo.

A autenticidade, quando vem acompanhada de inteligência, ética e bom humor, é mais poderosa do que qualquer capa ou laço mágico.



Batman (Adam West)





A Mulher Maravilha (Linda Carter)





Superman (Christopher Reeves)




Batman e Robin por Tony Bellotto

Batman e Robin




Outro dia, caminhando por Ipanema, encontrei Batman e Robin num botequim bebendo cerveja. Por um instante achei que o carnaval tinha chegado antes da hora, mas como passava pela Farme de Amoedo, reduto gay de Ipanema, não estranhei. Pelo contrário: aceitei o convite de Robin para tomar um copo de cerveja. Santa ignorância!, disse Robin, comentando a polêmica gerada por uma de minhas crônicas.

"O criacionismo não pode ser considerado uma ciência, nem sequer uma teoria! Uma teoria requer análises, estudos, testes, experiências, modificações e adequações. Uma teoria evolui com o decorrer do tempo, à medida que o ser humano amplia seus conhecimentos e descobertas. A evolução é uma estrutura teórica bem definida, que embasa a Cladística, a Biologia do Desenvolvimento, a Paleontologia, a genética de Populações e todas as demais áreas da Biologia; ao passo que o criacionismo é constituído de uma multiplicidade de superstições sem unidade, criadas pelas centenas de religiões e mitos hoje existentes ou que já existiram!"

Relaxa, eu disse, degustando a cerveja gelada. Assuntos que envolvem religião sempre são polêmicos. Batman continuava quieto, semblante sério, olhando a rua, como se não escutasse nossa conversa. Deu um arrotinho discreto, quase imperceptível, consultou o relógio e disse:"Vamos, Robin, pare de se pavonear com o que você leu no google. Estamos atrasados para o barebacking". Levei um susto. Barebacking, para quem não sabe, são orgias em que os adeptos - chamados bug chasers, caçadores de vírus - arriscam-se conscientemente a contrair o vírus HIV. É a sinistra roleta russa da aids.

Esse tipo de festinha macabra anda na moda aqui no Rio e em outros lugares do mundo. "Vocês estão nessa?", perguntei, assombrado. "Nada disso", respondeu Batman, "somos agentes infiltrados da Fiocruz responsáveis por distribuir camisinhas nesses eventos. Assim ajudamos a diminuir as chances de contágio." Respirei aliviado. Antes de sair, Batman me recomendou estudar sobre Gregor Mendel, que demonstrou que a hereditariedade funciona embaralhando e recombinando fatores, que agora conhecemos como genes, durante a reprodução sexual.

E também procurar saber mais sobre James Watson e Francis Crick, que ganharam o Nobel de medicina em 1962 por terem descoberto, em 1953, a estrutura da molécula do DNA, um composto orgânico cujas moléculas contém as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. Assim, ele acredita, terei mais argumentos contra os defensores do criacionismo. Despedi-me da dupla dinâmica e voltei para casa caminhando sob a chuva fina que insiste em cair sobre Ipanema nesse começo de ano.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


Parabéns ao Tony Bellotto pela abordagem a respeito do barebacking de um modo tão inteligente. Igualmente inteligente foi a abordagem a respeito das supersticiosas crenças criacionistas. Adorei!

Espero que as pessoas tornem-se cada vez mais coscientes dos perigos envolvidos em sexo sem camisinha. "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!!!" Lembram desse motto? É a pura verdade!

Ótimo domingo para todos!

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