Mostrando postagens com marcador terapia gay. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador terapia gay. Mostrar todas as postagens

Homem gay chinês processa clínica de terapia de conversão e vence

Homem gay chinês ganha indenização no primeiro processo na história do país contra terapias de conversão

 Yan Tang venceu a demanda judicial contra a clínica de terapia de conversão



Postado: 12/19/2014 

Fonte: The Huffington Gay Voices 
Tradução: Sergio Viula


PEQUIM (AP) — Uma clínica psicológica foi condenada a pagar indenização a um homem gay que a processou por administrar choques elétricos para torná-lo heterossexual, no que se considera o primeiro caso da China envolvendo a assim chamada terapia de conversão.

O advogado Li Duilong disse que o Tribunal do Povo do Distrito de Haidian em Pequim foi condenado a pagar 3,500 yans (560 dólares americanos) como indenização a Yang Teng por prejuízos decorrentes da terapia.

Li disse que o tribunal também concluiu que não havia necessidade de administrar choques porque a homossexualidade não requer tratamento. Um processo contra a ferramenta de busca da gigante Baidu por divulgar a clínica foi arquivado.

Telefonemas para o tribunal ficaram sem atendimento, e uma pessoa na clínica desligou quando o caso foi mencionado.

Por telefone, Yang disse que estava “muito satisfeito com os resultados, os quais eu não esperava. O tribunal ficou a meu favor, e sustentou que a homossexualidade não é uma doença mental que requeira tratamento."

Yang disse que a terapia incluía hipnose e choques elétricos que o prejudicaram tanto fisicamente como emocionalmente.

Ele disse que voluntariamente se submeteu à terapia em fevereiro por pressão de seus pais para que casasse e tivesse um filho.

Yang disse que o veredito ajuda os defensores dos direitos gays na luta para que as clínicas parem de oferecer tais tratamentos e para que os pais não pressionem seus filhos gays a se submeterem a terapias.

"Alguém tem que se levantar porque temos que parar com essas transgressões severas” – disse ele.

O processo afirmou que a clínica havia alegado que o tratamento de eletrochoque não era perigoso. E pedia uma indenização de mais de 14.000 yans (2.300 dólares) para cobrir o custo da terapia, a viagem e os salários perdidos, assim como os prejuízos psicológicos e os danos físicos. O tribunal não concedeu essas indenizações.

A China tirou a homossexualidade da classificação de desordens mentais em 2001, apesar de não haver leis que criminalizem a discriminação contra minorias sexuais e as parcerias homoafetivas não são reconhecidas.

------------------------

Sobre o embuste da "cura" gay, visite e curta essa página:

EM BUSCA DE MIM MESMO

https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM/ref=sr_1_2

------------------------

EX-GAY - QUE RAIO É ISSO?

EX-GAY? QUE RAIO É ISSO?



Ex-gay é um homem ou uma mulher que finge que algo mudou sua orientação sexual sem que tenha havido qualquer modificação de fato. Comparativamente, ele/ela é um
cavalo que poderia galopar orgulhosamente, mas prefere pintar meia-dúzia de listras e fingir que é zebra.

As zebras de verdade, muito espertas e acostumadas à liberdade da savana, morrem de rir de tamanha neurose.

Quem adora são os predadores que oferecem esse tipo de "conversão", porque passam a ter um rebanho de corte sempre disponível para satisfazer seu apetite voraz,sempre disposto a devorar mais uma fatia da mídia, de dinheiro e de poder.

É cavalo? Trote orgulhosamente.

É zebra? Exiba as listras.

“Terapia de cura gay" é tapeação dapior qualidade e coloca sua saúde mental em sério risco.

Sergio Viula



Leia: 
https://www.amazon.in/Em-Busca-Mim-Mesmo-Portuguese-ebook/dp/B00ATT2VRM

TERAPIAS ANTI-GAY: Carta aberta de um ex-ex-gay

TERAPIAS ANTI-GAY

Carta aberta de um ex-ex-gay



Foto de Sergio Viula para a entrevista na revista H (Homens de Verdade)
número 05 - novembro/dezembro de 2012



Como é do conhecimento de muitos, participei ativamente de um grupo de “cura” para homossexuais – o MOSES (Movimento pela Sexualidade Sadia), iniciado por João Luiz Santolin, Liane França e por mim em 1997 quando fizemos nossa primeira abordagem com material produzido pelo MOSES durante a Parada LGBT de Copacabana. O objetivo dessa organização era transformar homossexuais em heterossexuais ou, caso fracassasse, convencê-los a viver no “celibato”. A aparência era de que havia muita psicologia envolvida nisso tudo, quando – na verdade – o que se fazia era revestir dogmas religiosos produtores de culpa, medo e outras neuroses com linguagem psicologizada – o que fazem os chamados “psicólogos cristãos” (sic).

Entenda-se por “psicólogos cristãos” aqueles que pretendem forçar dogmas religiosos sobre a ciência da psicologia humana e que manipulam pessoas confusas ou perseguidas em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero para que assumam os pressupostos de sua própria religiosidade como verdades inquestionáveis, castrando o potencial afetivo-emocional que caracteriza sua própria homoafetividade. Uma das pessoas mais atuantes nesse sentido é a Dra. Rozangela Justino, psicóloga a quem conheci nos tempos em que frequentava o Seminário Teológico Betel, no bairro do Rocha, Rio de Janeiro. Dra. Rozangela Justino costumava dar palestras em seminários sobre “homossexualismo” (sic) promovidos pelo MOSES e pregar em cultos que se realizavam na Igreja Batista da Esperança, na Av. Visconde de Inhaúma, 37 - Centro do Rio de Janeiro. A mensagem era sempre a mesma: “homossexualismo” (sic) é pecado, é perversão do plano de Deus para a sexualidade humana e pode ser transformada. Aí entrava um híbrido de linguagem psicológica e conteúdo cristão. Infelizmente, muita gente levava mais a sério o trabalho do MOSES por causa dos “psicólogos cristãos” envolvidos. A Igreja Batista da Esperança mudou de pastor e este cancelou esse tipo de evento naquelas paragens. Dra. Rozângela Justino dava palestras em eventos do MOSES, tais como o I Seminário sobre Homossexualismo (e outros) realizado nas dependências do Seminário Teológico Betel. Vale ressaltar que ela não dava atendimento clínico e que os atendimentos do MOSES eram oferecidos gratuitamente.

Ao mesmo tempo em que fui um dos fundadores deste grupo, eu era - antes de qualquer coisa - uma vítima dessa mentalidade imposta por pregações homofóbicas sobre pecado e condenação que a psicologia não corrobora, mas que é defendida com unhas e dentes por esses chamados “psicólogos cristãos” – o que me custou muito sofrimento pessoal. 

Acreditando que fosse minha obrigação seguir as orientações dos pregadores e desses “profissionais”, acabei me casando com uma moça da igreja, com quem vivi por 14 anos, tendo gerado uma filha (agora, maior de idade) e um filho (que se tornará maior de idade ainda esse ano). Apesar do aparente “sucesso” do casamento, eu me consumia internamente por não assumir minha orientação sexual e viver de acordo com a mesma. E foi assim que eu passei 18 anos na igreja, sendo que seis desses anos foram dedicados ao MOSES, cuja primeira atividade foi realizada por mim e mais duas pessoas – ainda em caráter oficioso – na Praia de Copacabana, durante a Parada do Orgulho LGBT de 1997, e se tratava de proselitismo, com distribuição de panfletos apresentando a organização. Meu envolvimento com o MOSES foi de 1997 até 2003. 

Durante todo o meu tempo de igreja, eu ouvi pregadores difamando minha orientação sexual, minha afetividade, minha sexualidade, mas foi durante esses seis anos trabalhando com o MOSES que meu sofrimento atingiu o ápice. Foram horas de aconselhamento, oração, leitura de material religioso (com linguagem “psicologizada”) a respeito do que eles insistem em chamar de “homossexualismo”, bem participação em congressos, seminários, cruzadas até mesmo durante eventos LGBT, etc. Tudo isso muito longe de ser científico, diga-se de passagem. 

Depois de 14 anos casado com a mãe dos meus filhos, cheguei à conclusão de que era tolice lutar contra mim mesmo. O ódio que nutri contra minha sexualidade era fruto do que ouvi desde cedo por parte de pessoas mal resolvidas ou envenenadas por pensamentos homofóbicos. Decidi, então, ser eu mesmo e ser feliz. Mais do que aceitar minha orientação sexual, eu cheguei à conclusão de que devia celebrar a vida amando, crescendo, produzindo e me realizando de acordo com minha sexualidade e minha identidade e outras potências da minha própria personalidade. 

Atualmente, tenho um parceiro que corresponde ao que meu coração realmente deseja. Estamos juntos há cinco anos e temos uma vida equilibrada, com harmonia e muito amor. Meus pais e meus filhos estão muito próximos de mim. Meus filhos, na verdade, nunca se distanciaram e sempre me amaram. Conversamos francamente sobre tudo isso desde que minha filha tinha 12 e meu filho quase isso – cada um no seu tempo. Meu filho completará 18 anos em dezembro de 2012 e minha filha 21 em março de 2013, e estão muito bem integrados conosco. 

Ter ficado livre do controle mental exercido por esses “fiscais da sexualidade alheia” abriu-me inúmeras portas existenciais onde antes eu só via paredes. Falo sobre tudo isso com muito mais profundidade no meu livro “Em Busca de Mim Mesmo”, que é um relato biográfico para além do meramente pessoal. É um livro que nasce da vontade de dizer que ninguém precisa submeter-se a esse tipo de sofrimento existencial por ser gay, lésbica, bissexual ou transexual. Cito casos reais, além do meu próprio, que ilustram a falácia das teorias de “cura gay” (sic). Afinal, equilíbrio emocional sem amor próprio não existe. E o que essas pretensas “terapias” fazem é promover o ódio a si mesmo. 

Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2012.



Sergio Viula
Teólogo (ex-pastor batista), Filósofo, Autor e Blogueiro no
www.foradoarmário.com


Mais informações sobre Em Busca de Mim Mesmo podem ser obtidas pelo Facebook ou pelo e-mail sviula@hotmail.com.

Livro: https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM


-----------------------------------------------------------------
COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

No dia 21 de dezembro de 2012, o Deputado Amaury Teixeira, do PT, se pronunciou na Câmara dos Deputados contra a PDC 234/11 que pretende sustar a resolução 001/99 do CFP que proíbe que psicólogos ofereçam supostos "tratamentos" para "curar" homossexuais, porque homossexualidade não é doença.


Ele se referiu a carta que você pôde ler acima e solicitou que ela fosse incluída nos Anais da Câmara dos Deputados. Veja a partir do 20º segundo do vídeo abaixo o que disse muito apropriadamente o Deputado Amaury Teixeira:



http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/webcamara/videoDep?codSessao=43188&dep=AMAURI%20TEIXEIRA#videoTitulo


****************************


Leia o livro EM BUSCA DE MIM MESMO, disponível no Amazon: https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM 


Como foi a audiência do projeto de "Cura Gay" do Deputado João Campos

27/11/2012 - 20h12


Debatedores divergem sobre abordagem psicológica da homossexualidade


Alexandra Martins



No debate, foram abordados temas como critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS).
 
Em audiência tumultuada na Comissão de Seguridade Social e Família, nesta terça-feira (27), com participantes quase expulsos diversas vezes, debatedores ligados a igrejas evangélicas e a movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais discordaram, em praticamente tudo, sobre a oferta de tratamento para a homossexualidade, proibida pelo Conselho Federal de Psicologia desde 1991. O Projeto de Decreto Legislativo 234/11, do deputado João Campos (PSDB-GO), tema do debate, pretende revogar essa proibição.
 
Assim como os demais defensores do projeto, João Campos argumentou que a resolução extrapola a competência do conselho e fere a autonomia de psicólogos e pacientes.
 
Ainda segundo Campos, a medida contraria princípios como o da razoabilidade e do livre arbítrio do ser humano de procurar o profissional que quiser. “Não podemos permitir que essa norma que fere direitos fundamentais persista”, asseverou.
 
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), homossexual assumido e veementemente contrário ao PDC, destacou que a Constituição confere poderes ao Congresso apenas para sustar atos do Executivo que extrapolem sua competência de legislar. “O conselho não integra o Executivo; então, a Câmara não tem competência para revogar [a resolução]”, afirmou.
 
Já o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) disse haver “psicólogos reclamando da resolução, que os impede de fazer seu trabalho”. Esse também foi um argumento utilizado pelo pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Todo paciente adulto com saúde mental tem direito de decidir sobre seu próprio corpo”, asseverou. De acordo com Malafaia, a resolução do conselho deve ser “jogada no lixo”.
 
Tendência internacional

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Cota Verona, ressaltou que a Resolução 1/99, alvo do projeto de João Campos, “está afinada à posição internacional de não reconhecer a homossexualidade como doença, mas como uma das possibilidades de expressão da sexualidade humana”. Desde 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do rol de doenças.
 
Verona lembrou que a Lei 5766/71 estabeleceu, ao criar o conselho, que ele “tem poder supremo único” para definir o limite de competência do exercício profissional. “Para que servem então os conselhos e o que fazer das leis que os criaram e definiram suas funções?” questionou.
 
Porém, a psicóloga Marisa Lobo Alves defendeu mudanças na resolução para que as pessoas possam “receber ajuda quando a procurarem”. Segundo ela, existem, sim, ex-homossexuais. Dentre as causas que levam alguém a pensar que é homossexual sem ser, a profissional afirma estar o abuso na infância. “Ele pode ter comportamento semelhante ao de travesti como forma de defesa ou de compensar marcas decorrentes”, afirmou.
 
Honestidade

Já as deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediram “honestidade no debate”. Feghali ressaltou que a resolução apenas proíbe o tratamento como patologia de comportamentos ou de práticas homoeróticas, assim como terapias não solicitadas.
Ela avaliou que, no debate, todos concordaram que qualquer pessoa com dificuldades pode procurar um psicólogo. “Ou todos concordam que há convergência de opinião ou explicitem o conteúdo homofóbico das suas posições”, sustentou.
 
Kokay ressaltou que a resolução 1/99 somente reafirma princípios adotados pela OMS, segundo a qual homossexualidade não é doença e, portanto, não pode ser tratada. “Alguns querem esconder seus argumentos homofóbicos em outros argumentos que não se sustentam; nós precisamos ter honestidade”, afirmou.
 
Para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis (ABLGBT), o PDC tem de ser “imediatamente” arquivado. “Se [homoafetividade] for doença, todos têm de ter aposentadoria compulsória”, argumentou.

Íntegra da proposta:
PDC-234/2011
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=505415

Reportagem – Maria Neves
Edição – João Pitella Junior

Fonte: 'Agência Câmara Notícias'
https://www.camara.leg.br/noticias 


------------------------
COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Não deixe de ler o comentário de Roldão Arruda em sua coluna no Estadão. O artigo é objetivo, perspicaz e muito bem informado.  O título é: Bancada evangélica agora investe na “cura” dos gays.

https://www.estadao.com.br/politica/roldao-arruda/bancada-evangelica-agora-investe-na-cura-dos-gays/

Não deixe de ler esse post de Leonardo Sakamoto: 
https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/11/28/xingamento-em-debate-como-ir-para-o-inferno-se-ele-nao-existe/

Até o pessoal do Conselho Federal de Psicologia
está lendo Em Busca de Mim Mesmo.





ADQUIRA  AQUI:

https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM


Audiência pública na Câmara dos Deputados para dicutir a Resolução 001/99 do CFP

'Prometer cura para homossexualidade é charlatanismo', diz ativista
 
Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, reagiu a discussão na Câmara; alguns psicólogos defendem o direito de 'curar'

 
Por: Redação da Rede Brasil Atual



Resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia, 
que proíbe o tratamento, alimenta polêmica na própria categoria 
(Foto: Alexandra Martins/Agência Câmara)



São Paulo – A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara realizou na tarde de hoje (6) audiência pública para debater a Resolução 001/99, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe os profissionais de proporem tratamento para “curar” a homossexualidade. A norma é de 1999, mas até hoje provoca polêmica dentro da própria categoria. De acordo com o conselho, um pequeno grupo de psicólogos é contrário à norma devido a um viés religioso.
 
Atualmente, tramita na Câmara o Projeto de Decreto Legislativo 234/11, do deputado João Campos (PSDB-GO), que susta a vigência da resolução do CFP. Se aprovada a proposta, os profissionais da psicologia poderão voltar a participar de eventos e serviços que proponham tratamentos ou curas para a homoafetividade.
 
O representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) Francisco Cordeiro lembrou que, desde 1990, a homossexualidade não consta da classificação de doenças adotada pela entidade. Segundo ele, as mudanças na classificação são feitas a partir de um trabalho criterioso de especialistas e pesquisadores que se reúnem para discutir o que pode e o que não pode ser considerado doença.
 
Cordeiro explicou também que a lista é ratificada pelos países signatários da ONU. “Temos exemplos de vários avanços no Brasil, como as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a união de pessoas do mesmo sexo e permitiu a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, mas precisamos ainda garantir o direito de acesso aos serviços públicos, especialmente aos de saúde, independentemente da opção sexual”, afirmou.
 
"Prometer cura para o que não é doença, no caso para a homossexualidade, é charlatanismo", disse o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT), Toni Reis. Ele detalhou como é o tratamento dado aos homossexuais em diferentes países. “Em sete países do mundo, existe pena de morte para homossexuais, em outros 75 há pena de prisão. Por outro lado, 58 já aprovaram a criminalização da homofobia e 34 países reconhecem a união de pessoas do mesmo sexo, entre eles o Brasil”, listou.
 
Pessoas contra e a favor a resolução do CFP se manifestaram por meio de cartazes e faixas. Entre os cartazes, um dizia: "Movimento de apoio aos que voluntariamente desejam deixar a atração pelo mesmo sexo", enquanto outro afirmava “propor cura gay é reiterar homofobia e homofobia tem cura”.
 
Os deputados Pastor Eurico (PSB-PE) e Pastor Feliciano (PSC-SP) criticaram a ausência, na audiência pública, de expositores favoráveis a terapias e tratamentos que prometam “curar” a homossexualidade. “É preciso pensar no direito de quem quer deixar o homossexualismo”, afirmou Eurico, reclamando que os parlamentares não aceitam ser taxados de homofóbicos por defender esse direito.
 
Feliciano acrescentou que no dia 20 de novembro será realizada outra audiência pública sobre o assunto. “Índio nasce índio, não tem como mudar; negro nasce negro não tem como mudar; mas quem nasce homossexual pode mudar. Até a palavra homossexual deveria ser abolida do dicionário, já que se nasce homem ou mulher”, afirmou o deputado.
 
Como resposta ao pastores, a deputada Érika Kokay (PT-DF) disse que o encontro desta terça-feira é um contraditório a outra reunião, essa já realizada, em que foi dado espaço exatamente para os que acreditam que é possível “curar” a homossexualidade.
 
A representante do CFP, Ana Paula Uziel, afirmou que o sofrimento dos homossexuais é provocado pelo preconceito. “O homossexualismo não pode ser considerado doença, por isso não faz sentido se falar em tratamento, muito menos em cura”, afirmou.
 
Ana Paula explicou que a resolução do conselho veda que os psicólogos prestem seus serviços de modo a tratar ou prometer a cura da homossexualidade. “Fica preservada a liberdade de atuação profissional, mas essa liberdade tem limite”, ressaltou.
 
A declaração foi feita em resposta à psicóloga Rozângela Justino, que acusa o conselho de perseguição e discriminação. Desde 2009, ela foi proibida de atender a pessoas com, segundo ela, desejo de deixar a atração pelo mesmo sexo. Rozângela atuou na área durante 27 anos, mas depois de ser punida pelo conselho com uma censura pública, deixou de exercer a profissão. “Sou discriminada por ser evangélica”, disse.

A cura gay - Contardo Calligaris




A cura gay

Contardo Calligaris

05/07/2012

Mesmo se quisessem, psicólogos e psiquiatras não saberiam modificar a orientação sexual de alguém

Em 1980, a Homossexualidade sumiu do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais". Em 1990, ela foi retirada da lista de doenças da Organização Mundial da Saúde.

Médicos, psiquiatras e psicólogos não podem oferecer uma cura para uma condição que, em suas disciplinas, não é uma doença, nem um distúrbio, nem um transtorno. Isso foi lembrado por Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia, numa entrevista à Folha de 29 de junho.

No entanto, o deputado João Campos (PSDB-GO), da bancada evangélica, pede que, por decreto legislativo, os psicólogos sejam autorizados a "curar" os homossexuais que desejem se livrar de suaHomossexualidade.

Um pressuposto desse pedido é a ideia de que os psicólogos saberiam como mudar a orientação sexual de alguém (transformá-lo de hétero em homossexual e vice-versa), mas seriam impedidos de exercer essa arte -por razões ideológicas, morais, politicamente corretas etc.

Ora, no estado atual de suas disciplinas, mesmo se eles quisessem, psicólogos e psiquiatras não saberiam modificar a orientação sexual de alguém -tampouco, aliás, eles saberiam modificar a "fantasia sexual" de alguém (ou seja, o cenário, consciente ou inconsciente, com o qual ele alimenta seu desejo).

Claro, ao longo de uma terapia, alguém pode conseguir conviver melhor com seu próprio desejo, mas sem mudar fundamentalmente sua orientação e sua fantasia.

Por via química ou cirúrgica (administração de hormônios ou castração real -todos os horrores já foram tentados), consegue-se diminuir o interesse de alguém na vida sexual em geral, mas não afastá-lo de sua orientação ou de sua fantasia, que permanecem as mesmas, embora impedidas de serem atuadas. A terapia pela palavra (psicodinâmica ou comportamental que seja) tampouco permite mudar radicalmente a orientação ou a fantasia de alguém.

O que acontece, perguntará João Campos, nos casos de Homossexualidade com a qual o próprio indivíduo não concorda? Posso ser homossexual e não querer isso para mim: será que ninguém me ajudará?

Sim, é possível curar o sofrimento de quem discorda de sua própria Sexualidade (é a dita egodistonia), mas o alívio é no sentido de permitir que o indivíduo aceite sua Sexualidade e pare de se condenar e de tentar se reprimir além da conta.

Por exemplo, se eu não concordo com minha Homossexualidade (porque ela faz a infelicidade de meus pais, porque sou discriminado por causa dela, porque sou evangélico ou católico), não posso mudar minha orientação para aliviar meu sofrimento, mas posso, isso sim, mudar o ambiente no qual eu vivo e as ideias, conscientes ou inconscientes, que me levam a não admitir minha orientação sexual.

Campos preferiria outro caminho: o terapeuta deveria fortalecer as ideias que, de dentro do paciente, opõem-se à Homossexualidade dele. Mas o desejo sexual humano é teimoso: uma psicoterapia que vise reforçar os argumentos (internos ou externos) pelos quais o indivíduo se opõe à sua própria fantasia ou orientação não consegue mudança alguma, mas apenas acirra a contradição da qual o indivíduo sofre. Conclusão, o paciente acaba vivendo na culpa de estar se traindo sempre -traindo quer seja seu desejo, quer seja os princípios em nome dos quais ele queria e não consegue reprimir seu desejo.

Isso vale também e especialmente em casos extremos, em que é absolutamente necessário que o indivíduo controle seu desejo. Se eu fosse terapeuta no Irã, para ajudar meus pacientes homossexuais a evitar a forca, eu não os encorajaria a reprimir seu desejo (que sempre explodiria na hora e do jeito mais perigosos), mas tentaria levá-los, ao contrário, a aceitar seu desejo, primeiro passo para eles conseguirem vivê-lo às escondidas.

O mesmo vale para os indivíduos que são animados por fantasias que a nossa lei reprova e pune. Prometer-lhes uma mudança de fantasia só significa expô-los (e expor a comunidade) a suas recidivas incontroláveis. Levá-los a reconhecer a fantasia da qual eles não têm como se desfazer é o jeito para que eles consigam, eventualmente, controlar seus atos.

Agora, não entendo por que João Campos precisa recorrer à psicologia ou à psiquiatria para prometer sua "cura" da Homossexualidade. Ele poderia criar e nomear seus especialistas; que tal "psicopompos"? Ou, então, não é melhor mesmo "exorcistas"?

ccalligari@uol.com.br @ccalligaris

AMANHÃ NA ILUSTRADA: Fernanda Torres

Reviravolta! Grupo cristão internacional desiste de "cura" da homossexualidade

Reviravolta! Grupo cristão internacional desiste de "cura" da homossexualidade

Por João Marinho em 03/07/2012 às 11h24




Por essa, psicólogos cristãos da estirpe de Marisa Lobo e evangélicos fundamentalistas não esperavam!

A Exodus International, uma das maiores e mais antigas organizações religiosas a pregarem a "cura" da homossexualidade, anunciou que o grupo deixou de oferecer "terapia reparativa" por intermédio de aconselhamentos e orações a quem possui orientação homossexual.

O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Alan Chambers (foto), na última quarta-feira (27) durante a 37ª Freedom Conference, que é realizada anualmente. Chambers afirmou que a "terapia reparativa" foi abandonada porque não há comprovação de ser eficaz e porque não faz parte da "mensagem bíblica". De agora em diante, quem ainda acreditar na "conversão" da homossexualidade em heterossexualidade poderá ministrar na organização, mas sem apoio oficial.

O presidente ainda afirmou que, daqui por diante, a Exodus proporá que as igrejas tentem atrair gays para suas atividades, em vez de formar grupos de "terapia reparativa". Segundo ele, o modelo vigente será mais focado no discipulado. Ao site The Christian Post, em reportagem publicada na sexta (29), Chambers disse que a "terapia reparativa" dá às pessoas expectativas que não não realistas: "É minha responsabilidade [...] compartilhar com as pessoas que, só porque você se torna um cristão, suas lutas não vão sempre embora".

Para piorar a situação dos que defendem a "cura da homossexualidade", o presidente, que é casado com uma mulher e pai de dois filhos, admitiu que não seria honesto fingir que, às vezes, não se sente tentado pelo mesmo sexo. Para ele, os cristãos precisam tratar a homossexualidade como qualquer outra tentação, da qual as pessoas não se livram completamente.

O encontro anual da Exodus terminou no último sábado (30) e contou com a participação de representantes de 39 estados norte-americanos e nove países. A entidade tem forte atuação na América Latina e já chegou a ministrar cursos no México, dois anos atrás, sobre o "processo de cura" e sobre "como se prevenir da homossexualidade". A página oficial da Exodus Latinoamérica continua sustentando a "libertação da homossexualidade". O grupo também possui uma representação no Brasil.

Postagens mais visitadas