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Joe Biden e Kamala Harris: A presidência mais inclusiva da história americana!

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Por Sergio Viula Biden e Harris fizeram a administração mais inclusiva em relação às pessoas LGBT da história dos EUA e do mundo! Cito abaixo apenas 10 das quase 350 decisões inclusivas para essa parte da população estadunidense: A administração de Joe Biden e Kamala Harris tem adotado várias políticas e ações significativas em favor da população LGBT. Aqui estão algumas das principais decisões e medidas: Ordem Executiva de Proibição de Discriminação: No primeiro dia de sua presidência, Joe Biden assinou uma ordem executiva que proíbe a discriminação com base na identidade de gênero ou orientação sexual em diversas áreas, incluindo educação, emprego e saúde. Reversão da Proibição de Pessoas Transgênero nas Forças Armadas: Biden revogou a proibição de pessoas transgênero servirem abertamente nas forças armadas dos EUA, uma política implementada durante o governo Trump. Proteção de Direitos em Educação: A administração Biden-Harris reforçou a aplicação do Título IX para proteger estudan

TERAPIAS ANTI-GAY: Carta aberta de um ex-ex-gay

TERAPIAS ANTI-GAY 



Carta aberta de um ex-ex-gay 




Foto de Sergio Viula para a entrevista na revista H (Homens de Verdade) 
número 05 - novembro/dezembro de 2012





Como é do conhecimento de muitos, participei ativamente de um grupo de “cura” para homossexuais – o MOSES (Movimento pela Sexualidade Sadia), iniciado por João Luiz Santolin, Liane França e por mim em 1997 quando fizemos nossa primeira abordagem com material produzido pelo MOSES durante a Parada LGBT de Copacabana. O objetivo dessa organização era transformar homossexuais em heterossexuais ou, caso fracassasse, convencê-los a viver no “celibato”. A aparência era de que havia muita psicologia envolvida nisso tudo, quando – na verdade – o que se fazia era revestir dogmas religiosos produtores de culpa, medo e outras neuroses com linguagem psicologizada – o que fazem os chamados “psicólogos cristãos” (sic).

Entenda-se por “psicólogos cristãos” aqueles que pretendem forçar dogmas religiosos sobre a ciência da psicologia humana e que manipulam pessoas confusas ou perseguidas em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero para que assumam os pressupostos de sua própria religiosidade como verdades inquestionáveis, castrando o potencial afetivo-emocional que caracteriza sua própria homoafetividade. Uma das pessoas mais atuantes nesse sentido é a Dra. Rozangela Justino, psicóloga a quem conheci nos tempos em que frequentava o Seminário Teológico Betel, no bairro do Rocha, Rio de Janeiro. Dra. Rozangela Justino costumava dar palestras em seminários sobre “homossexualismo” (sic) promovidos pelo MOSES e pregar em cultos que se realizavam na Igreja Batista da Esperança, na Av. Visconde de Inhaúma, 37 - Centro do Rio de Janeiro. A mensagem era sempre a mesma: “homossexualismo” (sic) é pecado, é perversão do plano de Deus para a sexualidade humana e pode ser transformada. Aí entrava um híbrido de linguagem psicológica e conteúdo cristão. Infelizmente, muita gente levava mais a sério o trabalho do MOSES por causa dos “psicólogos cristãos” envolvidos. A Igreja Batista da Esperança mudou de pastor e este cancelou esse tipo de evento naquelas paragens. Dra. Rozângela Justino dava palestras em eventos do MOSES, tais como o I Seminário sobre Homossexualismo (e outros) realizado nas dependências do Seminário Teológico Betel. Vale ressaltar que ela não dava atendimento clínico e que os atendimentos do MOSES eram oferecidos gratuitamente.

Ao mesmo tempo em que fui um dos fundadores deste grupo, eu era - antes de qualquer coisa - uma vítima dessa mentalidade imposta por pregações homofóbicas sobre pecado e condenação que a psicologia não corrobora, mas que é defendida com unhas e dentes por esses chamados “psicólogos cristãos” – o que me custou muito sofrimento pessoal. 

Acreditando que fosse minha obrigação seguir as orientações dos pregadores e desses “profissionais”, acabei me casando com uma moça da igreja, com quem vivi por 14 anos, tendo gerado uma filha (agora, maior de idade) e um filho (que se tornará maior de idade ainda esse ano). Apesar do aparente “sucesso” do casamento, eu me consumia internamente por não assumir minha orientação sexual e viver de acordo com a mesma. E foi assim que eu passei 18 anos na igreja, sendo que seis desses anos foram dedicados ao MOSES, cuja primeira atividade foi realizada por mim e mais duas pessoas – ainda em caráter oficioso – na Praia de Copacabana, durante a Parada do Orgulho LGBT de 1997, e se tratava de proselitismo, com distribuição de panfletos apresentando a organização. Meu envolvimento com o MOSES foi de 1997 até 2003. 

Durante todo o meu tempo de igreja, eu ouvi pregadores difamando minha orientação sexual, minha afetividade, minha sexualidade, mas foi durante esses seis anos trabalhando com o MOSES que meu sofrimento atingiu o ápice. Foram horas de aconselhamento, oração, leitura de material religioso (com linguagem “psicologizada”) a respeito do que eles insistem em chamar de “homossexualismo”, bem participação em congressos, seminários, cruzadas até mesmo durante eventos LGBT, etc. Tudo isso muito longe de ser científico, diga-se de passagem. 

Depois de 14 anos casado com a mãe dos meus filhos, cheguei à conclusão de que era tolice lutar contra mim mesmo. O ódio que nutri contra minha sexualidade era fruto do que ouvi desde cedo por parte de pessoas mal resolvidas ou envenenadas por pensamentos homofóbicos. Decidi, então, ser eu mesmo e ser feliz. Mais do que aceitar minha orientação sexual, eu cheguei à conclusão de que devia celebrar a vida amando, crescendo, produzindo e me realizando de acordo com minha sexualidade e minha identidade e outras potências da minha própria personalidade. 

Atualmente, tenho um parceiro que corresponde ao que meu coração realmente deseja. Estamos juntos há cinco anos e temos uma vida equilibrada, com harmonia e muito amor. Meus pais e meus filhos estão muito próximos de mim. Meus filhos, na verdade, nunca se distanciaram e sempre me amaram. Conversamos francamente sobre tudo isso desde que minha filha tinha 12 e meu filho quase isso – cada um no seu tempo. Meu filho completará 18 anos em dezembro de 2012 e minha filha 21 em março de 2013, e estão muito bem integrados conosco. 

Ter ficado livre do controle mental exercido por esses “fiscais da sexualidade alheia” abriu-me inúmeras portas existenciais onde antes eu só via paredes. Falo sobre tudo isso com muito mais profundidade no meu livro “Em Busca de Mim Mesmo”, que é um relato biográfico para além do meramente pessoal. É um livro que nasce da vontade de dizer que ninguém precisa submeter-se a esse tipo de sofrimento existencial por ser gay, lésbica, bissexual ou transexual. Cito casos reais, além do meu próprio, que ilustram a falácia das teorias de “cura gay” (sic). Afinal, equilíbrio emocional sem amor próprio não existe. E o que essas pretensas “terapias” fazem é promover o ódio a si mesmo. 

Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2012.



Sergio Viula
Teólogo (ex-pastor batista), Filósofo, Autor e Blogueiro no
www.foradoarmário.com


Mais informações sobre Em Busca de Mim Mesmo podem ser obtidas pelo Facebook ou pelo e-mail sviula@hotmail.com.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

No dia 21 de dezembro de 2012, o Deputado Amaury Teixeira, do PT, se pronunciou na Câmara dos Deputados contra a PDC 234/11 que pretende sustar a resolução 001/99 do CFP que proíbe que psicólogos ofereçam supostos "tratamentos" para "curar" homossexuais, porque homossexualidade não é doença.


Ele se referiu a carta que você pôde ler acima e solicitou que ela fosse incluída nos Anais da Câmara dos Deputados. Veja a partir do 20º segundo do vídeo abaixo o que disse muito apropriadamente o Deputado Amaury Teixeira:





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