Aterrorizante: Crianças adotadas são arrancadas de seus pais gays na Rússia
Autoridades invadem apartamento de dois homens gays que tinha filhos adotados
Os investigadores envolvidos usaram a chamada "lei de propaganda gay" da Rússia para remover as crianças de seus lares.
Fonte: Gay Star News
Traduzido e adaptado por Sergio Viula
Uma visita à sala de emergência logo se tornou um pesadelo para dois pais, que foram separados de seus filhos adotivos depois que as autoridades ordenaram que os meninos fossem retirados deles. Advogados dos homens decreveram a situação como "aterrorizante".
Em 19 de junho, dois homens russos levaram um de seus filhos ao hospital de Moscou para tratar um caso com suspeita de apendicite. Os homens não serão identificados aqui para sua segurança.
Assim que o médico descobriu que o garoto tinha dois pais, ele não hesitou em denunciar os dois para o Comitê Investigativo da Rússia. Além de ordenar que as autoridades removessem os meninos de seu lar, o Comitê processou os assistentes sociais envolvidos no processo de adoção por negligência.
Cerca de um mês depois, as coisas pioraram. As autoridades russas tentaram várias vezes revistar o apartamento dos pais e da família mais próxima deles. Por fim, derrubaram a porta do apartamento do casal e de um dos seus irmãos. Os investigadores também interrogaram um dos pais das crianças por mais de três horas.
Propaganda Gay
O Comitê decidiu que a adoção contrariava a controversa lei de "propaganda gay" da Rússia. Desde 2013, a lei proibe qualquer representação positiva de pessoas LGBT+ na mídia. O governo argumenta que a lei interrompeu a "promoção de relações sexuais não tradicionais para menores". Porém, o que a lei tem produzido é vigilância e perseguição diuturnas contra pessoas gays, lésbicas, bissexuais e transgêneras até mesmo em questões privadas como a vida familiar.
Grupos LGBTI de Moscou e de São Petersburgo uniram forças para apoiar o casal e prover-lhes assitência legal.
Como aconteceu a adoção?
A Rússia não permite a adoção por casais homoparentais. Acontece que um dos homens adotou os dois garotos legalmente. Os meninos tinham 12 e 14 anos de idade em 2010. Como pessoas solteiras podem adotar, e ele se encaixava no perfil, os assistentes sociais não recusaram o pedido de adoção.
De acordo com os advogados do casal, a agência de adoção em Lyublino realizava visitas regulares à casa deles desde 2010. Foram nove anos até o momento do ataque do governo contra a família. Durante todo esse tempo, a agência relatou que os dois homens cuidavam muito bem dos meninos.
De acordo com Polina, uma ativista da organização "Saindo do Armário", sediada em São Petersburgo, "os vizinhos do casal estavam presentes durante a revista e conversaram com a mídia. "Eles só disseram coisas boas sobre a família".
"De acordo com eles [os vizinhos], eles não notavam qualquer sinal de problema, as crianças cresciam numa atmosfera calma e inteligente, e os pais cuidavam dos filhos." - comenta Polina.
Polina diz que a lei de "propaganda gay" foi redigida de modo tão vago que não deixa claro o que é ilegal ou não.
Provavelmente, essa seja a razão pela qual essa aberração legislativa crie insegurança jurídica e dê margem para discriminação em todo o território russo, inclusive com uso de violência física, verbal e simbólica.
"A única coisa que pessoas LGBTI podem fazer para ficarem completamente seguras é permanecer na invisibilidade, é esconder sua orientação sexual e identidade de gênero, mentir em seu ambiente social", diz Polina.
"Também ficou claro que famílias homoafetivas com filhos seriam o grupo mais vulnerável sob essa lei, porque sob essa lei, você está "fazendo propaganda" todo dia apenas por ser uma família."
Polina também descreve o sentimento daqueles que são LGBT+ ou se solidarizam com suas lutas: "Estamos todos apavorados por causa das famílias com filhos adotivos, pois seria muito fácil anular adoções e destruir famílias."
"Essa tendência causará muito dano, primeiro e acima de tudo para as crianças, que de outro modo teriam famílias amorosas e solidárias", finaliza Polina.
Os investigadores envolvidos usaram a chamada "lei de propaganda gay" da Rússia para remover as crianças de seus lares.
Autoridades revistaram apartamento e causaram prejuízos
a uma família formada por um casal homoafetivo e dois filhos adotivos.
Foto: Facebook.
Fonte: Gay Star News
https://www.gaystarnews.com/article/terrifying-adopted-kids-removed-from-their-gay-dads-in-russia/
Traduzido e adaptado por Sergio Viula
Uma visita à sala de emergência logo se tornou um pesadelo para dois pais, que foram separados de seus filhos adotivos depois que as autoridades ordenaram que os meninos fossem retirados deles. Advogados dos homens decreveram a situação como "aterrorizante".
Em 19 de junho, dois homens russos levaram um de seus filhos ao hospital de Moscou para tratar um caso com suspeita de apendicite. Os homens não serão identificados aqui para sua segurança.
Assim que o médico descobriu que o garoto tinha dois pais, ele não hesitou em denunciar os dois para o Comitê Investigativo da Rússia. Além de ordenar que as autoridades removessem os meninos de seu lar, o Comitê processou os assistentes sociais envolvidos no processo de adoção por negligência.
Cerca de um mês depois, as coisas pioraram. As autoridades russas tentaram várias vezes revistar o apartamento dos pais e da família mais próxima deles. Por fim, derrubaram a porta do apartamento do casal e de um dos seus irmãos. Os investigadores também interrogaram um dos pais das crianças por mais de três horas.
Propaganda Gay
O Comitê decidiu que a adoção contrariava a controversa lei de "propaganda gay" da Rússia. Desde 2013, a lei proibe qualquer representação positiva de pessoas LGBT+ na mídia. O governo argumenta que a lei interrompeu a "promoção de relações sexuais não tradicionais para menores". Porém, o que a lei tem produzido é vigilância e perseguição diuturnas contra pessoas gays, lésbicas, bissexuais e transgêneras até mesmo em questões privadas como a vida familiar.
Grupos LGBTI de Moscou e de São Petersburgo uniram forças para apoiar o casal e prover-lhes assitência legal.
Como aconteceu a adoção?
A Rússia não permite a adoção por casais homoparentais. Acontece que um dos homens adotou os dois garotos legalmente. Os meninos tinham 12 e 14 anos de idade em 2010. Como pessoas solteiras podem adotar, e ele se encaixava no perfil, os assistentes sociais não recusaram o pedido de adoção.
De acordo com os advogados do casal, a agência de adoção em Lyublino realizava visitas regulares à casa deles desde 2010. Foram nove anos até o momento do ataque do governo contra a família. Durante todo esse tempo, a agência relatou que os dois homens cuidavam muito bem dos meninos.
De acordo com Polina, uma ativista da organização "Saindo do Armário", sediada em São Petersburgo, "os vizinhos do casal estavam presentes durante a revista e conversaram com a mídia. "Eles só disseram coisas boas sobre a família".
"De acordo com eles [os vizinhos], eles não notavam qualquer sinal de problema, as crianças cresciam numa atmosfera calma e inteligente, e os pais cuidavam dos filhos." - comenta Polina.
Polina diz que a lei de "propaganda gay" foi redigida de modo tão vago que não deixa claro o que é ilegal ou não.
Provavelmente, essa seja a razão pela qual essa aberração legislativa crie insegurança jurídica e dê margem para discriminação em todo o território russo, inclusive com uso de violência física, verbal e simbólica.
"A única coisa que pessoas LGBTI podem fazer para ficarem completamente seguras é permanecer na invisibilidade, é esconder sua orientação sexual e identidade de gênero, mentir em seu ambiente social", diz Polina.
"Também ficou claro que famílias homoafetivas com filhos seriam o grupo mais vulnerável sob essa lei, porque sob essa lei, você está "fazendo propaganda" todo dia apenas por ser uma família."
Polina também descreve o sentimento daqueles que são LGBT+ ou se solidarizam com suas lutas: "Estamos todos apavorados por causa das famílias com filhos adotivos, pois seria muito fácil anular adoções e destruir famílias."
"Essa tendência causará muito dano, primeiro e acima de tudo para as crianças, que de outro modo teriam famílias amorosas e solidárias", finaliza Polina.
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