Ex-Sargento Gay Candidato a Deputado Federal

O sargento do Exército Fernando Alcântara de Figueiredo foi recebido pelo senador Eduardo Suplicy após assumir relacionamento homossexual (Beto Barata/AE)


Atualizado em 05/04/2025

A história do ex-sargento Fernando Alcântara de Figueiredo representa um marco importante na luta por direitos civis e visibilidade LGBTQIA+ no Brasil, especialmente dentro de instituições tradicionalmente conservadoras como as Forças Armadas.

Em 2008, Fernando e seu companheiro, Laci Marinho de Araújo, tornaram-se o primeiro casal assumidamente gay das Forças Armadas brasileiras, ganhando repercussão nacional após concederem uma entrevista ao programa Superpop, da RedeTV!. O ato de visibilidade custou caro: Laci foi acusado de deserção e posteriormente condenado, enquanto Fernando foi pressionado até deixar o Exército. Ambos denunciaram que foram vítimas de homofobia institucional, apesar das negativas do comando militar.


✊ O ativismo que nasceu da dor


Dois anos depois do episódio, Fernando decidiu transformar sua experiência de exclusão em ação política, lançando-se como candidato a deputado federal pelo PSB de São Paulo, em 2010. Sua candidatura buscava representar a luta por igualdade, justiça e o fim do preconceito nas instituições públicas, especialmente no sistema militar.

Na entrevista à VEJA.com, ele se posiciona com firmeza, afirmando que quer levar uma "imagem de coragem, de mudança", destacando que viveu na pele o que é ser discriminado por sua orientação sexual. Ao contrário de outros candidatos que podem abordar o tema de forma teórica, Fernando trazia uma história de vida concreta, de sofrimento e enfrentamento.


⚖️ As propostas e bandeiras


Entre suas propostas, ele destacou:

  • Extinção do Tribunal Superior Militar (STM) – apontando-o como símbolo de uma justiça militar arcaica e, no caso deles, utilizada como ferramenta de repressão.

  • Combate à homofobia nas Forças Armadas e no serviço público.

  • Respeito aos direitos humanos e igualdade de oportunidades para todos.

Sua candidatura foi vista por muitos como um ato de resistência política e de visibilidade, mesmo em um contexto de baixa representatividade LGBTQIA+ no Congresso à época.


🌈 Um símbolo de visibilidade LGBTQIA+ nas instituições


A história de Fernando e Laci não foi apenas sobre dois homens enfrentando preconceitos. Ela lançou luz sobre o silêncio institucional em relação à diversidade sexual dentro das Forças Armadas e também encorajou outras pessoas a se assumirem, mesmo em ambientes hostis.

O episódio gerou debates sobre:

  • A ausência de políticas inclusivas nas instituições militares;

  • A necessidade de proteção legal para servidores LGBTQIA+;

  • A validade da justiça militar paralela, quando usada para punir condutas relacionadas à identidade de gênero ou orientação sexual.


📚 Depois disso...


Fernando Alcântara também lançou o livro “Soldado Gay: A História do Primeiro Militar Assumidamente Homossexual no Brasil”, em que narra sua trajetória e os desafios enfrentados por ele e Laci. A obra é considerada referência para quem estuda direitos LGBTQIA+ nas corporações e o papel das Forças Armadas na sociedade.

Se quiser, posso te enviar trechos do livro ou propor atividades, discussões ou textos inspirados nesse caso para uso em aulas, palestras ou rodas de conversa sobre direitos civis e diversidade.

Comentários

  1. espero que independente de qualqer orientação sexual ele possa fazer um bom trabalho!

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  2. Que assim seja! Precisamos de bons políticos e de renovação. ;)

    Abração, Serginho.

    Sergio Viula

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