Adeus, Sr. Walter.
Essa semana eu revisitei um texto que eu decidi chamar de "Existência: Surgimento, permanência e desaparecimento". Esse texto fala sobre a vida e a morte. Fui motivado a escrevê-lo por ocasião da morte da primeira cachorrinha que meus filhos tiveram e que foi grande amiga de todos nós, mas o texto transpira princípios que se aplicam a todos nós, não apenas àquela velha amiga. Tenho certeza que o pai de Andre sabia o que é perder uma amiguinha de quatro patas. Eu perdi Pimpolha e ele perdeu Pipoca.
Mas o que me levou a reler aquele texto essa semana foi a expectativa de que o pai de Andre, alguém que também se tornou muito importante para mim, poderia falecer em algum momento próximo, e esse momento se concretizou hoje de manhã.
O Sr. Walter faleceu no hospital São Francisco, em Belo Horizonte, durante a visita da única filha, Cleide (ele tinha mais dois filhos), que pôde se despedir dele.
Andre e eu havíamos visitado o Sr. Walter na UTI desse mesmo hospital há cerca de um mês. Foi difícil vê-lo naquela situação. Agora, estamos retornando para encararmos uma situação mais difícil ainda: a de velá-lo e enterrá-lo.
Dna. Iolanda, que agora fica viúva, precisará de muita força. Andre me disse que ela tem falado da falta que o esposo lhe faz. E ela comenta coisas tão singelas como: "Ele adorava quando eu comprava queijo. Queria ser o primeiro a comer um pedacinho."
Dói ouvir isso, mas são essas memórias que dão gosto à vida, especialmente quando a vida de quem a gente ama se vai.
Sr. Walter me deixa ternas lembranças também. Andre nunca vai esquecer dele, mas a dor vai perdendo a intensidade com o tempo.
Não deixe de ser feliz e de valorizar quem te valoriza agora mesmo. A vida é curta demais para adiar a felicidade, que é muito mais singela e quieta do que muita gente pensa.
Fica aqui meu simbólico, mas sincero adeus, Sr. Walter. Sentiremos muito sua falta.
Deixo aqui um vídeo sugerido pelo meu querido colega Guilherme, a quem sou grato pelo carinho com que me ouviu falar sobre todo esse drama essa semana.
O título da palestra da Dra. Ana Cláudia é: A morte, um dia que vale a pena viver. Não confundir com "morrer é bom" ou coisa assim. Trata-se de uma das mais belas e humanas falas sobre o fim da vida que eu ja ouvi. E foi proferida por quem está lá na hora em que a morte está mais próxima.
Assista aqui:
Deixo aqui um vídeo sugerido pelo meu querido colega Guilherme, a quem sou grato pelo carinho com que me ouviu falar sobre todo esse drama essa semana.
O título da palestra da Dra. Ana Cláudia é: A morte, um dia que vale a pena viver. Não confundir com "morrer é bom" ou coisa assim. Trata-se de uma das mais belas e humanas falas sobre o fim da vida que eu ja ouvi. E foi proferida por quem está lá na hora em que a morte está mais próxima.
Assista aqui:
https://youtu.be/ep354ZXKBEs
ATUALIZAÇÃO EM 17/07/2017:
Texto por Andre Dias
Amanheceu e eu sinto um vazio.
Parece um sonho, mas quando lembro do que se passou enxergo a realidade.
Ontem, eu vi pela última vez o rosto de um dos homens que mais amei na vida - meu pai. Um homem íntegro, discreto, amável e muito honesto. Ela nos deixou não querendo deixar, mas sem medo de ir. Corajoso, resistente, inquieto, mas lutou muito esses últimos dias. Resistiu até o último minuto, mas quando viu que não tinha mais jeito, se entregou de uma maneira muito emocionante, deixando cair uma última lágrima, demonstrando o amor e a gratidão que tinha por todos nós.
Penso que ao longo do tempo tudo vai se tornando mais compreensível para mim e para aqueles que ontem sofreram tanto. Me alegro por ter podido estar presente ao lado da minha família nesse momento e por ele ter me escutado dizer, mesmo sem poder responder, as coisas lindas que disse a ele quando ele ainda estava no hospital.
Agora ele permanecerá vivo em nossas memórias. E para ser lembrado, basta eu parar um minuto e lembrar do seu sorriso, da sua dedicação, das suas palavras, das broncas, que no meu caso eram poucas kkkk - pensa que mentira -, e de tudo que ele fez por mim e para minha família com muita dignidade.
Ele se foi. Está agora dormindo um sono sem sonhos e sem planos e que não tem fim, mas ele viverá para sempre em minha memória e será lembrado por mim onde quer que eu vá.
Um beijo e um abraço apertado.
ResponderExcluirObrigado, Cecília. Para vc também.
ExcluirPoxa vida, Sergito... que triste!! Transmita o meu carinho, o meu beijo, o meu ombro para o André. Agora, como vc mesmo disse, só com o passar do tempo é que a dor ameniza. Sei exatamente o que ele tá sentindo nesse momento. Muita força pra vcs dois! Um grande beijo e um abraço apertado. 😔😔
ResponderExcluirObrigado, Beth. É verdade, vc sabe. Obrigado pelo carinho. Um beijo.
ExcluirLamento vossas perdas, solidarízo-me com vossas dores e regozijo-me, pelo amor que sentem, André e Sérgio, um pelo outro que acalentará vossos corações e o ombro dos amigos ajudará a minimizar vossas dores.
ResponderExcluirBeijos no coração do amigo Laudenir.
Obrigado, Laudenir. Respondo de dentro da capela em que o corpo está sendo velado. É um momento difícil nm para todos, mas não há como não vivê-lo.
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