
Sarah McBride responde com classe a transfóbicos pró-Trump e defende a educação pública nos EUA
A congressista Sarah McBride, a primeira pessoa trans eleita para o Congresso dos Estados Unidos, tem enfrentado ataques transfóbicos de apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Mas, como já se tornou sua marca, McBride não se intimida — responde com firmeza, inteligência e bom humor.
“Estou de calças, Jonathan.”
No dia 8 de abril, McBride usou sua conta no X (antigo Twitter) para rebater o ódio online com uma tirada afiada. “As contas obcecadas por pessoas trans estão em alta nas minhas menções. Isso deve significar que a bolsa está em baixa”, escreveu ela, ironizando o padrão de ataques transfóbicos que costuma aumentar em tempos de instabilidade econômica.
Um dos comentários mais ofensivos que recebeu fazia uso de seu dead name e exigia que ela “tirasse o vestido e começasse a se vestir como o homem que é”. A resposta de McBride? Simples, direta e elegante: “Espero que você esteja bem, Jonathan. E, aliás, estou de calças.”
Defesa da educação pública
Os ataques contra McBride aconteceram após sua participação em um comício de professores e trabalhadores da educação no dia 5 de abril, em protesto contra a ordem executiva assinada por Trump em 20 de março, que visa desmantelar o Departamento de Educação dos EUA.
Ao lado de nomes como o governador Matt Meyer, a procuradora-geral Kathy Jennings, a vice-governadora Kyle Evans Gay e a secretária estadual de Educação Cindy Marten, McBride discursou com firmeza:
“Não serão apenas os membros do Congresso que vão salvar nosso país, proteger nossos estudantes e nossas escolas, proteger nossas comunidades e nossos direitos. Vai ser necessário cada um de nós. Vai ser necessário todos vocês. Vai ser necessário o apoio dos nossos sindicatos.”
Ela reforçou que será preciso mobilização popular para barrar os retrocessos impostos por Trump e pelos republicanos no Congresso:
“Vai ser necessário o poder do povo para reagir plenamente contra este governo e os esforços para enfraquecer e destruir a educação pública neste país.”
A ordem que quer desmontar o Departamento de Educação
A ordem executiva assinada por Trump instrui a secretária de Educação, Linda McMahon, a tomar medidas para fechar o Departamento e devolver o controle da educação aos estados e comunidades locais. Embora um presidente não possa extinguir unilateralmente um órgão federal sem aprovação do Congresso, a medida representa uma ameaça real ao sistema público de ensino.
Protestos vêm ocorrendo em várias partes dos EUA. Em 13 de março, manifestantes se reuniram em frente à sede do Departamento de Educação em Washington, D.C., denunciando cortes orçamentários e demissões em massa.
Ataques no Congresso
Além dos ataques nas redes sociais, McBride também tem enfrentado transfobia dentro do próprio Congresso. Em fevereiro deste ano, durante uma sessão, a deputada republicana Mary Miller (Illinois) a misgenerizou, referindo-se a ela como “o cavalheiro de Delaware”.
McBride não deixou barato e respondeu criticando diretamente a administração Trump e seus aliados por suas políticas anti-transgênero.
A resistência continua
Os ataques contra Sarah McBride deixam evidente o quanto ainda precisamos lutar por dignidade, respeito e inclusão. Mas também mostram a força e a coragem de quem não abaixa a cabeça diante do preconceito.
Em tempos de retrocessos, é preciso amplificar vozes como a de McBride — que além de resistir, inspira. Que suas calças, suas palavras e sua luta sirvam de exemplo para todas as pessoas trans e aliadas que se recusam a ser apagadas.
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