Vc sabe o que é Barebacking?

" Barebacking" cresce no Brasil e torna-se caso de saúde pública no Brasil



Barebacking: liberdade sexual ou roleta-russa?


Atualização feita em 09/04/2025

No universo LGBTQIA+, especialmente entre homens gays e bissexuais, um termo tem ganhado visibilidade — e muita controvérsia: barebacking. Mas o que, afinal, significa isso?

Barebacking é o nome dado à prática do sexo anal sem preservativo. Simples assim — e ao mesmo tempo, não tão simples assim. Embora existam casais sorodiferentes (onde um parceiro vive com HIV e o outro não) ou soroconcordantes (ambos com o mesmo status sorológico) que optam por relações sem camisinha com acompanhamento médico e uso da PrEP ou tratamento antirretroviral, o termo “barebacking” geralmente está associado a contextos deliberados de sexo sem proteção, com múltiplos parceiros, sem qualquer tipo de prevenção ou transparência sobre status sorológico.

Quem promove o barebacking — e por quê?

A internet e os apps de encontro popularizaram ainda mais o conceito. Existem fóruns, perfis, vídeos e até festas dedicadas ao “bareback”. Alguns influenciadores sexuais, produtores de pornô ou mesmo frequentadores assíduos desse universo costumam defender a prática como uma forma extrema de “liberdade sexual” — ou como um “prazer real” sem barreiras.

Alguns dos termos usados nesses espaços também escancaram o grau de fetichização envolvido: bug chasing (quando alguém busca deliberadamente ser infectado pelo HIV) e gift giving (quando uma pessoa HIV positiva tenta infectar outra) são práticas que existem e, embora sejam minoria, ganham visibilidade — e preocupação.

A questão é: liberdade sem responsabilidade vira risco coletivo.

Quais são os riscos do barebacking?

Embora o avanço da medicina tenha trazido alternativas como:

  • PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV),

  • PEP (profilaxia pós-exposição),

  • Tratamento antirretroviral eficaz (que torna a carga viral indetectável e intransmissível),

…isso não significa que o sexo desprotegido está “liberado geral”. Mesmo com a PrEP, há riscos reais:

  • Outras ISTs (sífilis, gonorreia, hepatites, HPV, clamídia etc.);

  • Falha no uso da PrEP ou falta de adesão correta;

  • Exposição de pessoas vulneráveis que não têm acesso ou conhecimento sobre prevenção;

  • Reforço de comportamentos de risco sem responsabilidade coletiva.

Prazer com consciência existe, sim

Sexo deve ser prazeroso, claro — mas também pode e deve ser respeitoso com a sua vida e com a dos outros. Camisinha, PrEP, testagens regulares e informação não são obstáculos: são ferramentas de liberdade real.

A liberdade sexual que queremos celebrar é aquela que protege, que cuida, que compartilha o prazer sem descuidar da saúde — individual e coletiva.

Barebacking não é tabu — é debate.

Precisamos falar sobre isso abertamente, sem moralismo, mas também sem romantizar práticas de risco. Nosso corpo é nossa casa, e nossos afetos merecem ser vividos com o melhor que a liberdade pode oferecer: consciência, cuidado e prazer.


📌 #SaúdeLGBTQIA+ #Barebacking #SexoSeguro #PrEP #CamisinhaSim #ConsciênciaSexual #ForaDoArmário






Sexo é maravilhoso!

A camisinha garante que vai continuar sendo...

Use camisinha

Comentários

  1. Até que ponto chegou a degradação provocada por muitos indivíduos nocivos?! Fiquei estarrecido, após a leitura desta matéria publicada no JB Online. Como profissional da saúde fiquei bastante preocupado e pensando do que será da humanidade daqui a alguns anos, se seguir nesta espiral da degradação humana quase a totalidade da raça humana morrerá de HIV/AIDS e outras DSTs conhecidas e desconhecidas.

    ResponderExcluir
  2. Eu concordo. Aliás, sempre achei que a raça humana não seria exceção no quadro geral de surgimento e desaparecimento das espécies. Não acredito que a raça humana será eterna no planeta. Mas o que me assusta é que as outras espécies desapareceram por causa de condições desfavoráveis e totalmente fora de seu próprio poder. Já essa questão de contaminações que podem ser evitadas, o ser humano está optando por ser destruído. E, paradoxalmente, nós nos sentimos superiores às demais espécieis. Talvez esta seja mais uma de nossas megalomaníacas distorções de auto-imagem...

    Bom, vc, eu e outras pessoas sensatas e que amam a vida devemos continuar nos protegendo. Afinal, o vírus só vai nos atingir se permitirmos. Talvez a gente ainda enterre muita gente antes de bater as botas. E provavelmente batermos as botas por outro motivo se continuarmos nos protegendo.

    Obrigado pelo comentário.

    Abração,
    Sergio

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe suas impressões sobre este post aqui. Fique à vontade para dizer o que pensar. Todos os comentários serão lidos, respondidos e publicados, exceto quando estimularem preconceito ou fizerem pouco caso do sofrimento humano.