
Publicado em 29/12/2009
Dois homens foram presos no Malauí após realizarem uma cerimônia simbólica de casamento — a primeira do tipo em um país onde a homossexualidade ainda é tratada como crime. Tiwonge Chimbalanga e Steven Monjeza se casaram no sábado, numa celebração tradicional e pública. Estavam juntos há cinco meses e se conheceram na igreja onde ambos costumavam rezar.
"Eu nunca me interessei por uma mulher", disse Monjeza, com simplicidade e dignidade. A resposta da sociedade? Prisão. Acusação de "indecência pública". E a possibilidade de enfrentarem até 14 anos de cadeia simplesmente por se amarem.
A polícia do país informou que o casal será mantido sob custódia enquanto investigações são conduzidas — e outras acusações ainda podem surgir. Em outras palavras: estão sendo tratados como criminosos por terem ousado amar.
Mesmo em meio a esse cenário opressor, há sinais de resistência e esperança. A Igreja Anglicana, por exemplo, chegou a enviar ao Malauí o bispo Nick Handerson, defensor dos direitos LGBTQIA+. A reação conservadora foi violenta — um membro da congregação morreu durante os protestos. Mas a semente foi plantada.
Além disso, a luta contra o HIV e a Aids tem forçado o governo malauiano a rever (ainda que timidamente) sua postura diante da diversidade sexual. Em setembro, pela primeira vez, o Estado reconheceu que os direitos dos gays precisam ser respeitados como parte da estratégia de combate à epidemia. Pequenos passos, grandes significados.
✒️ Comentário deste blogueiro
Parabéns à Igreja Anglicana pela coragem de afirmar que a homossexualidade não é incompatível com os valores mais altos do ser humano. Que pena que o preconceito ainda fale tão alto em muitos corações e mentes. Mas tudo isso vai mudar. E vai mudar graças a heróis como Tiwonge e Steven, que expõem suas vidas, mesmo sob risco de morte, para construir uma sociedade mais justa.
Muita gente ainda vai colher os frutos do que eles estão plantando. Mas eles não podem continuar plantando sozinhos. Onde houver uma voz a favor da liberdade, do direito e da dignidade humana, ela precisa ser ouvida. Outras vozes precisam somar-se a ela.
Só assim os direitos de todos — TODOS — serão respeitados.
Enquanto isso, aqui na América Latina, Argentina e México estão deixando o Brasil para trás quando o assunto é igualdade de direitos.
Acorda, Brasil! Acorda, Congresso! Acorda, Senado! Acorda, Lula!!!!
Os gays que trabalham, que estudam, que pagam impostos e ajudam esse país a crescer também são filhos do Brasil!

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