
Campanha da Parada quer eleição de defensores de LGBT
Na Paulista este ano, será “preto no branco”, diz Zanini
02/06/2010
Site oficial: https://paradasp.org.br/
Junho é o Mês do Orgulho LGBT em todo o mundo. Além da 14ª Parada do Orgulho LGBT, que ocorre no dia 6, na Avenida Paulista, a partir do meio dia, diversas outras atividades farão parte desse grande momento de manifestação e celebração para a democracia do Brasil.
As atividades do Mês do Orgulho LGBT 2010 foram apresentadas hoje, em coletiva à imprensa. Jornalistas e convidados puderam assistir ao vídeo com o LGBTema deste ano, que mostra a proposta central das programações: Vote contra a homofobia – defenda a cidadania! O vídeo foi feito a partir das imagens coletadas durante a 1ª Marcha Contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT, ocorrida em Brasília, no dia 19 de junho.
Às vésperas do período eleitoral, a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo leva para as ruas, por meio de 17 trios elétricos e milhões de pessoas que acompanham a Parada e toda sua programação, a mensagem de que, na hora do voto, temos que escolher representantes que defendam a causa LGBT, que acreditem que direitos devem ser garantidos e a homofobia combatida em todos os âmbitos da sociedade brasileira.
Em seu discurso, o presidente da Associação, Alexandre Santos, Xande, falou que “votar contra a homofobia é dizer um basta à imposições de uma classe conservadora, que defende valores arcaicos, baseados unicamente em interesses próprios e sem visão democrática”. Xande reafirmou a importância da militância LGBT e que uma das lutas é pelo “direito a proteção legal contra os crimes de ódio a que estamos vulneráveis”.
Há cinco anos, o tema do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo têm abordado o problema da homofobia. Isso denota, no mínimo, a dificuldade que a população LGBT brasileira ainda enfrenta para ser reconhecida.
Para o coordenador geral do Mês do Orgulho, Manoel Zanini, em 2010 será “preto no branco. A Parada sempre teve caráter político, desde sua primeira edição, quando ainda discutíamos se iríamos apanhar na rua com a nossa manifestação. Já passamos da fase da invisibilidade. Hoje, somos vistos mas não somos reconhecidos”, alerta.
Lembrando os tristes acontecimentos dos anos 1960/70, nos Estados Unidos, quando negros e negras eram perseguidos, discriminados e muitas vezes mortos, como ocorreu com os líderes negros Martin Luter King e Malcoln X, Zanini faz uma comparação. O mesmo ódio que motivava mortes e violências contra afrodescentes norteamericanos é hoje vivida pela população LGBT no país todo.
Muito sangue escorreu até que uma sensível “democracia” racial se estabelecesse nos Estados Unidos, deixando o racismo, inclusive, de ser visto como algo “natural”. O respeito foi conquistado com muita luta, que obrigou a sociedade a rever tanto seus conceitos que pode eleger um presidente negro.
Desde suas primeiras edições, a Parada tem consciência de estar levando temas políticos para os milhares, milhões de pessoas envolvidas. É político lutar pelo direito a viver sem ser taxado, julgado, condenado (muitas vezes à morte); viver tendo os mesmos direitos dados aos demais cidadãos, sem ter que recorrer à Justiça para conseguir o que é óbvio; viver sem o medo da perseguição e violências, infelizmente relatadas em diversas pesquisas nacionais e que mostram: a homofobia mata.
O sub-lema da 14ª Parada, “é preto no branco”, explicita que este ano a Parada não quer suavidade nas frases. O momento é intenso e a ação única de votar, de fazer sua escolha, será muito importante para que o movimento LGBT tenha aliados e aliadas nos governos, nas bancadas de deputados, no Senado, no Palácio do Planalto...
Para Zanini, a expressão “é preto no branco” mostra a indignação das pessoas LGBTs, que fazem suas exigências de forma pacífica e esperam que o Estado brasileiro evite que cheguemos ao patamar que chegaram os Estados Unidos, que permitiram, por longo tempo, a perseguição a seus negros.
Por isso, é chegada a hora de mais uma Parada, mais uma ação política, levada para as ruas, estampada nos jornais e televisões, momento de luta para conseguir atender anseios de uma parcela da sociedade que ainda hoje morre por causa da intolerância.
Para responder à intolerância é preciso força organizada nos espaços de representatividade, nos Legislativos, e no Estado. A hora do voto e da escolha é tão política quanto a realização da Parada. Unidos pela importância que representam, os dois eventos devem ser encarados com a mesma alegria de sempre, mas com seriedade e posicionamento: devemos votar em quem esteja conosco, e não contra nós.
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Quem dera que a impressa levasse essas questões a sério e as tratasse com o devido respeito, atenção e profundidade!
infelizmente o poder no brasil é homofóbico.
ResponderExcluirvamos fazer a diferença e todo mundo votando direitinho e bonitinho nas próximas eleições
tenho certeza que será um grande sucesso a parada apesar que parece que a imprensa insiste em considerar como um desfile de carnaval fora de época
ResponderExcluirTanto o Serginho como o Edim estão cobertos de razão.
ResponderExcluirObrigado pelos comentários.
Abração, meninos!
Sergio Viula