Cindy Lauper vai abrir centro para LGBT sem-teto em Nova York

Cyndi Lauper, defensora dos direitos LGBT de longa data, 
está abrindo um novo abrigo para a população LGBT de Nova York.



A decisão foi motivada pela descoberta de Lauper sobre o fato de que aproximadamente 40% da juventude desabrigada de Nova York é LGBT.

O abrigo será chamado "True Colors," conforme anunciado por Lauper num release para a imprensa. Este é também o nome de seu famosos single de 1986. A construção das instalações estava prevista para quinta-feira, dia 1 de setembro, na West 154th Street e Frederick Douglass Boulevard em Manhattan.


Do release de Cindy Lauper:


"Na cidade de Nova York, um número desproporcional (cerca de 40 por cento) dos jovens sem-teto se identificam como LGBT. Ainda mais perturbadores são as histórias de discriminação e ataques físicos que essas pessoas frequentemente enfrentam em alguns dos lugares onde vão buscar ajuda. Nosso principal alvo é prover um ambiente fisica e emocionalmente seguro e encorajador que capacitará nossos jovens residentes a se tornarem as pessoas com amor próprio, felizes e bem-sucedidas que deveriam ser."

Os residentes do True Colors terão apartamentos no estilo studio, assim como espaços comunais internos e externos. Cada residente pagará um aluguel acessível (adaptado a sua renda numa escala móvel) e receberá assistência para se colocar no mercado de trabalho se estiverem desempregados. Programas sociais e educacionais também serão proporcionados aos jovens.

Comentários

  1. Olá a todos,

    Vocês não imaginam o quanto essa notícia me deixou feliz!

    Durante sete anos trabalhei em serviços da Política de Assistência Social no cuidado direto a crianças e adolescentes vítimas de violência (todas elas). Nesse período observei que os adolescentes e jovens LGBT tinham os direitos duplamente negados - primeiro ao serem vítimas, segundo ao serem revitimizados (por agentes do estado ou familiares). Após um processo de grupalização com os mesmos fui tendo acesso às notícias relacionadas ao abandono que eles jovens são submetidos. Rejeitados por suas famílias e pelo Poder Público eles passam a perambular pelas ruas. Muitos, para sobreviver, são conduzidos à exploração sexual, ao tráfico e/ou uso de drogas. Durante esse trabalho, empoderei os jovens de modo que eles solicitassem ao CMDCA de sua cidade um equipamento público que pudesse acolher pessoas que fossem vitimizadas por preconceito e discriminação. Eles, com a minha ajuda, escreveram como gostariam de constituir um espaço e apresentaram ao Conselho. Foi um momento lindo! Evidentemente que a proposta foi negada - com os discursos da homofobia gentil - todavia demonstrou a todos o quanto eles podem contribuir com a mudança - e o quanto eles querem a mudança. Aqui, entre vários militantes e pensadores, uma pessoa muito querida luta pela instituição desse espaço, nossa Edith Modesto. Assim como ela, acredito que esse território iria possibilitar cum contexto de vida e desenvolvimento digno, capaz de inserí-los na vida quotidiana sem a violência extrema da rua. Acredito nesses espaços (dêem a ele o nome que quiserem: abrigo, casa de passagem, albergue, república etc. A iniciativa da Cindy é linda e promotora de novos jeitos de conduzir o olhar para a diversidade!

    grande abraço a todos!

    Sandro

    alexandro.silva@unifesp.br

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  2. Que fantástico, Sandro! Adorei saber da tua experiências com esses jovens e mais ainda que você agiu para a transformação social deles, principalmente ensinando-os a reivindicarem seus direitos. Edith Modesto é certamente a pessoa mais indicada para encabeçar um projeto desses nesse momento. E certamente seria bem-sucedida, uma vez que experiência, sensibilidade e capacidade não lhe faltam. Quem sabe você pode juntar seu conhecimento e disposição aos dela e, assim, engrossar fileiras? Já vi que você tem paixão, e isso é fundamental para se começar qualquer coisa nova como essa por essas paragens tupiniquins.

    Obrigado pelo comentário lindo!

    Abração, querido.
    Sergio Viula

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  3. E infelizmente, Sérgio, essa realidade é a brasileira também.

    De 40 a 50% dos jovens sem-teto são LGBT - expulsos de casa por suas famílias heterossexuais cristãos amantes dos valores familiares. Muitos caem nas drogas, no HIV, na exploração sexual. E, quando recebem apoio institucional, são violentados - física, moral, emocional e psicologicamente - nos abrigos - também conduzidos, em sua maioria, por aquelas boas pessoas de moral cristã e amantes dos valores etc.

    E não há nada sendo feito a esses garotos e garotas.

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  4. Obrigado pelo lindo e apropriado comentário, Deco!Isso enriquece esse espaço.

    Abraço forte, querido.

    Sergio Viula

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