Postagem em destaque

Dia das Consciência Negra - uma reflexão para negros e não-negros

Imagem
Por Sergio Viula Muitas pessoas se perguntam por que temos um dia chamado "Dia da Consciência Negra". Para muitos, esse dia significa feriado - privilégio de algumas cidades e de algumas pessoas nessas cidades, não de todas. Para outros, é um dia para jogar a velha cortina de fumaça sobre uma luta legítima, dizendo coisas como "todas as vidas importam". Esse tipo de subterfúgio não passa de uma manobra discursiva para dizer que vidas negras não merecem qualquer atenção especial, mesmo quando o racismo estrutural que as massacra segue sem trégua. A verdade é que o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca a importância da reflexão sobre a história e cultura afro-brasileira. O dia marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola, e foi escolhido para promover o debate e outras ações em prol da igualdade racial e do combate ao racismo estrutural. Trata-se de uma oportunidade de nos debruçarmos sobre o tema da diversidade racial, reconhecendo a

Veja como foi a mesa redonda em Betel neste 26 de maio de 2012



Diversidade Sexual e Diversidade Religiosa na Perspectiva do Estado Laico



Esse foi o nome da mesa redonda que apresentada em Betel (Praia de Botafogo, 430/Sobreloja).  Composta por Cristiana Serra, da Diversidade Católica; Sergio Viula, ateu e autor de Em Busca de Mim Mesmo; Ed Machado, candomblecista e autor de Mãe Agripina; e de Marcio Retamero, pastor de Presbiteriano e de Betel, lançando seu mais novo livro Você tem Fome de Quê?, a mesa versou e conversou sobre diálogo inter-religioso, diálogo entre religião e diversidade sexual, Estado laico, pluralismo, democracia, direito, legislação, e por aí vai. Houve espaço para perguntas do auditório e também veiculação em tempo real pela internet.

Depois de encerrada a mesa, o Rev. Marcio Retamero autografou livros e ofereceu um coquetel para os presentes. Eu – como sempre apaixonado por livros – não podia deixar de comprar o livro do pastor Retamero ("Você Tem Fome de Quê?"), comprei também o livro de Ed Machado ("Mãe Agripina"), acrescentei à cesta o “Nossa Tribo”, traduzido por Cristina Serra, mas autorado pela Rev. Nancy Wilson, e garanti logo o “TodaFamília é Legal” de  Lea Carvalho (infantil). De quebra, ganhei “Crônicas de um Pastor Gay”, também de autoria do Rev. Marcio Retamero. Ao todo, cinco livros! Adooooro!

A noite serviu para troca de experiências e de conhecimento, bem como estímulo mútuo. A mesa foi marcada pelas seguintes falas (em ordem de apresentação):

Cristina Serra falou sobre o trabalho de conscientização que vem sendo feito dentro da Igreja Católica desde o Concílio Vaticano sobre a diversidade religiosa, com ênfase no respeito às subjetividades, trazendo a reflexão para o campo da diversidade sexual também. Ela citou importantes documentos eclesiásticos que podem embasar o respeito à diversidade, inclusive sexual. 

Sergio Viula falou sobre laicismo, pontuando questões ligadas à discriminação praticada contra ateus por parte de religiosos midiáticos e a abertura de organizações ateístas para apoiar os direitos LGBT, especialmente a Liga Humanista e Secular do Brasil (LiHS), a qual recentemente lançou mais um Conselho, mas desta vez voltado para os temas de interesse LGBT. A ênfase na fala de Sergio Viula foi humanista, mas destacando três pontos que interessam a todos, religiosos e ateus: Estado (1)laico e (2)democrático de (3)direito.

Ed Machado falou sobre o Candomblé na história do Brasil, sua luta pela garantia de liberdade de culto, a perseguição movida por membros da Igreja Católica e das Evangélicas, a postura preconceituosa de políticos fundamentalistas frente às religiões de matiz africana e nos trouxe interessantes reflexões sobre diversidade religiosa, diversidade sexual e direito das minorias.

O Pr. Marcio Retamero destacou o que pensa sobre inclusão, enfatizando o modo como Betel vive intensa e profundamente essa inclusão - o que também leva a alguns embates com colegas inclusivos que não entendem plenamente a liberdade que sua comunidade usufrui, seja em matéria de fé ou de prática. Ele também falou sobre política, educação, diversidade sexual e diversidade religiosa e alertando para o risco de que uma teocracia cristã se aposse do Brasil, caso não fortaleçamos a laicidade do Estado urgentemente - laicidade que faz bem a religiosos e ateus, porque estado laico não é nem religioso nem ateu, mas garante a todos o direito de crer ou não crer sem interferir nessa matéria, exceto quando o mau uso dessas liberdades contradigam outros direitos fundamentais.

Os presentes ao evento saíram inspirados a viver corajosamente e abertos às diferenças, não apenas na base da tolerância, mas da valorização das subjetividades.

A abertura e moderação do evento ficou por conta de Lea Carvalho, mas nada disso teria sido possível sem o empenho de outros queridos que arrumaram os salões, o som, as câmeras, a conexão com a internet em tempo real, etc. Parabéns a tod@s!

Quem não pôde comparecer, mas deseja curtir um pouco do pensamento dos debatedores poderá fazê-lo através de seus livros, os quais podem ser encontrados nos links acima. 


Outras opções também aqui:  http://metanoiaeditora.com/







Diversidade Católica faz evento no dia 03 de Junho na UniRio. Os dados podem ser encontrados também na página do evento no facebook (https://www.facebook.com/events/327123327357306). 

Veja mais detalhes no blog da Diversidade Católica:



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A homossexualidade no Egito antigo

Zeus e Ganimedes: A paixão entre um deus e um príncipe de Tróia

Júlio Severo, um lobo em pele de cordeiro (escrito por um cristão)