
Da EFE
Milhares de pessoas se manifestaram na cidade de Jinja, em Uganda, em apoio ao projeto de lei contra os homossexuais que tramita no Parlamento de Kampala, o qual prevê até pena de morte para o "homossexualismo agravado".
Leia também: Lei que prevê morte para gays em Uganda pode gerar 'efeito dominó' na África - https://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1486041-5602,00.html
O protesto, organizado pelo Movimento Internacional contra o Homossexualismo em Uganda, reuniu entre 25 mil e 30 mil pessoas a cerca de 75 quilômetros de Kampala. Na capital do país, no entanto, a polícia proibiu uma passeata convocada com o mesmo propósito.
O pastor Martin Sempa liderou a manifestação, que foi pacífica e na qual os participantes carregavam cartazes com frases como "Não à sodomia, sim à família" ou "Dizemos não aos homossexuais, o homossexualismo deve ser abolido".
Sempa, líder do movimento contra os gays em Uganda, disse à multidão presente no protesto que tinha recebido uma mensagem da polícia para que adiasse a manifestação em Kampala. Entretanto, ele afirmou que se reuniria com altos funcionários da área de segurança para realizar a manifestação.
O governo de Kampala teme manifestações grandes na cidade devido aos distúrbios ocorridos em ocasiões anteriores.
Kale Kayihura, inspetor geral da polícia ugandense, afirmou aos jornalistas que "o adiamento da manifestação foi solicitado porque o governo tem alguns assuntos a especificar sobre o projeto de lei".
O projeto de lei contra os homossexuais foi apresentado há meses no Parlamento ugandense pelo deputado do partido governista David Bahati, que em princípio obteve o apoio do governo e da maioria parlamentar.
Entre outras medidas, o texto propõe a pena de morte para pessoas consideradas culpadas de violação homossexual ou de "homossexualismo com menores". A lei também agrava as penas para qualquer prática homossexual, que já é ilegal em Uganda.
Organizações de defesa dos direitos Humanos e alguns governos ocidentais, entre eles os dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Canadá, condenaram a iniciativa e ameaçaram impor sanções a Uganda caso o projeto seja aprovado.
Leia entrevista com o Pr. Sempa:
Pastor defende lei antigay em Uganda e diz que caminho é 'reabilitação' Martin Ssempa já recebeu ajuda americana para combate à Aids no país.
Em entrevista ao G1, ele diz que é preciso preservar a 'família tradicional'.
Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo
O país já proíbe por lei o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo, mas o novo texto é mais rígido, incluindo até a pena de morte em alguns casos.
Ssempa é pastor da Igreja da Comunidade Makerere e integrante da Força-tarefa Contra o Homossexualismo em Uganda. Ele também tem papel de conselheiro e consultor no governo. Em entrevista ao G1, ele falou sobre o porquê de o homossexualismo ser um problema.
Leia a íntegra da entrevista:
G1 - Por que a lei é importante?
Martin Ssempa - É importante para colocar um fim na sedução e no recrutamento de nossas crianças na sodomia por meio da máquina de propaganda gay. Isso é financiado por George Soros, [da ONG] Hivos na Holanda e outras agências suíças. Sodomia é um crime, mas precisamos de uma lei para impedir sua disseminação.
G1 - Por que a família tradicional precisa ser protegida? O que acontece em Uganda?
Martin Ssempa - A família é a base da sociedade. Mas nós somos uma nação pobre com muitas famílias pobres... Esses ricos europeus e americanos chegam com seu dinheiro para corromper nossas crianças na sodomia. Precisamos protegê-las dessa exploração.
G1 - O senhor acredita que Uganda pode perder apoio internacional após apoiar a lei, já que o presidente americano, Barack Obama, já a classificou de 'odiosa'?
Martin Ssempa - Qualquer nação que coloca a exportação da sodomia no topo de sua agenda internacional é um Estado falido. Toda nação deveria reconhecer o valor estratégico de Uganda em reserva de petróleo, depósito de urânio, cooperação militar na região, etc. Todos os países árabes, por exemplo a Arábia Saudita, têm leis mais fortes, e os EUA e o mundo negociam com eles.
G1 - E a questão da pena de morte no projeto de lei, o senhor é contra? Por quê?
Martin Ssempa - Nós somos contra a pena de morte e recomendamos uma sentença menor, de 20 anos de prisão. Essa é uma posição de mais consenso entre a fraternidade cristã.
Martin Ssempa - O sexo anal cria uma chance significativamente maior de transmissão de HIV/Aids do que o sexo heterossexual. Os fatores associados incluem a hemorragia; a camisinha oferece menos proteção e falha mais no sexo anal do que no vaginal.
G1 - O senhor sugere a inclusão no projeto de lei de um sistema de reabilitação de 'pessoas que experimentarem tentações homossexuais'. Como isso é possível?
Martin Ssempa - Sodomia é uma forma de desvio sexual e relacionada a distúrbios de identidade de gênero. Muitos ficam traumatizados por serem violados quando crianças. Existe poder em aconselhamento, terapia individual ou em grupo. Existe poder na oração, na orientação e no exemplo. Como os alcoólatras anônimos que ajudam os viciados, um programa de boa fé ajuda muitos. Na minha igreja eu tenho muitos ex-homossexuais e lésbicas.
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Tem gente que ainda se surpreende quando eu digo que o cristianismo — e outras formas de religião — são neuroses, sendo que a neurose cristã é provavelmente a mais nociva de todas!
O que está acontecendo em Uganda é impensável para qualquer mente racional que pense essencialmente em categorias humanistas.
Saddam Hussein foi morto por ter perseguido e assassinado os curdos. Pretexto. As nações que invadiram o Iraque e o prenderam poderiam ter evitado o massacre, mas não interessava. Os americanos, ingleses e mais meia-dúzia de sanguessugas só usaram esse pretexto depois que os curdos já haviam sido massacrados, para justificarem a invasão e a deposição do líder iraquiano — que, diga-se de passagem, também não era flor que se cheire. Alegavam os invasores estarem defendendo a democracia. Logicamente, eu não acredito nisso. Sendo assim, minha pergunta é:
Quem vai interferir em Uganda agora que os homossexuais de todas as idades naquele país estão sendo perseguidos, torturados e mortos? Onde estão os direitos universais do ser humano? Cadê a ONU?
Pastores americanos andaram influenciando tudo isso. Outras notícias dão conta de que eles atiçaram o fogo do ódio contra os homossexuais em Uganda, sabe-se lá a troco de quê!!!
A melhor maneira de combater o fundamentalismo é rejeitar todo tipo de absolutismo dogmático e colocar o ser humano sempre em primeiro lugar. Isso inclui o indivíduo com sua identidade, direitos, dignidade; o ambiente em que ele vive; sua família; seu trabalho; e tudo o que diga respeito à felicidade dele e dos outros que com ele formam sua comunidade.
Se depender desses pastores e outros idiotas semelhantes, o mundo inteiro será um inferno que, a médio ou longo prazo, vai consumir até os próprios crentes.
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ResponderExcluirQueridão, o que precisava dizer o fiz no post mais recente sobre a naturalidade da homossexualidade entre os animais. Aliás, fiz o gancho com a Moral cristã, a mais nociva de todas para o desenvolvimento da humanidade!
O teu comentário está certíssimo! Se depender desses líderes religiosos neuróticos e adoecidos (porque a psicanálise já informa que uma fixação é o medo de si mesmo, de seus próprios desejos!) o inferno – e seus nichos dogmáticos fundamentalistas – porá em ameaça a paz sobre a Terra!
Xô, diabolós (os que, literalmente, do grego: “dividem” e “acusam”)!
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Isso aí, amigo!
ResponderExcluirMais uma vez vc foi super feliz em seu comentário! Quisera que outros compreendessem tudo isso tão claramente quanto vc! :)
Tua amizade me faz muito bem!
Beijo grande,
Sergio Viula