Homofobia no Futebol: O Desafio de Jogar "Fora do Armário"
(post atualizado em 30/03/2025)
O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, mas também carrega uma cultura marcada pelo machismo e pela homofobia. Em meio a esse cenário, algumas vozes corajosas se levantam para discutir a aceitação de jogadores LGBTQIA+ no esporte. Um desses momentos ocorreu quando Mario Gómez, atacante hispânico-alemão do Bayern de Munique e da seleção alemã, declarou em entrevista que jogadores homossexuais deveriam se assumir para que pudessem jogar "libertos". Mas será que essa é a realidade do futebol?
Quando Mario Gómez Defendeu Jogadores LGBTQIA+
Em entrevista à revista Bunte, Gómez afirmou que a homossexualidade "já não era um tabu" na Alemanha, citando figuras públicas assumidamente gays, como Guido Westerwelle (então Ministro das Relações Exteriores da Alemanha) e Klaus Wowereit (ex-prefeito de Berlim). Para ele, jogadores deveriam se sentir seguros para sair do armário e deixar o peso do segredo para trás.
Entretanto, a realidade no futebol profissional era (e ainda é) outra. Até aquele momento, nenhum jogador em atividade na elite do futebol alemão havia se assumido publicamente. O único caso conhecido era o de Marcus Urban, um talento das categorias de base da Alemanha Oriental que abandonou o futebol no início dos anos 90 justamente por não suportar o ambiente homofóbico. Ele só veio a revelar sua orientação em 2007, muitos anos depois de deixar os gramados.
O Futebol Ainda É um Espaço Hostil para Jogadores Gays
A fala de Gómez trouxe otimismo, mas o futebol profissional ainda é um ambiente hostil para jogadores LGBTQIA+. O medo da rejeição por parte de torcedores, colegas de equipe, dirigentes e patrocinadores impede que muitos atletas se assumam. Insultos homofóbicos são comuns nos estádios e redes sociais, e clubes e federações ainda falham em combater essa cultura discriminatória de forma eficaz.
Casos como o do britânico Justin Fashanu, o primeiro jogador profissional a se assumir gay em 1990, mostram o peso dessa opressão. Ele enfrentou perseguição midiática, foi rejeitado por clubes e torcedores e acabou cometendo suicídio em 1998, evidenciando o quão cruel pode ser o tratamento dispensado a atletas LGBTQIA+.
Mudanças e Pequenos Avanços
Nos últimos anos, alguns jogadores começaram a se assumir publicamente. O australiano Josh Cavallo e o britânico Jake Daniels são exemplos de atletas que tomaram essa decisão. Campanhas como a Rainbow Laces na Premier League e a adesão de clubes a iniciativas contra a homofobia também sinalizam uma tentativa de transformação no futebol.
Apesar disso, o número de jogadores assumidamente gays no futebol profissional ainda é baixíssimo. O silêncio continua sendo a escolha mais segura para muitos, o que prova que a homofobia ainda está longe de ser superada.
Futebol Para Todos: O Que Ainda Precisa Mudar?
A fala de Mario Gómez foi um passo importante, mas palavras não são suficientes para mudar a realidade do futebol. Para que jogadores LGBTQIA+ possam jogar "libertos", como ele sugeriu, é preciso:
🏳️🌈 Combater a homofobia de forma ativa nos estádios, na imprensa e nos vestiários.
🏳️🌈 Garantir suporte a jogadores que se assumem, incluindo acompanhamento psicológico e apoio institucional.
🏳️🌈 Promover mais representatividade e campanhas efetivas dentro dos clubes e federações.
O futebol deveria ser para todos, mas ainda falta muito para que jogadores LGBTQIA+ possam entrar em campo sem medo. Enquanto isso não acontece, é papel de todos nós continuar cobrando por mudanças reais.
E você, o que acha sobre o tema? Deixe seu comentário e participe da conversa! ⚽🏳️🌈
infelizmente assumir no futebol é encerrar a carreira
ResponderExcluirMas tem tanto atleta assumindo ou apoiando quem assume, que isso está começando a mudar. O rugby era tão machista quanto o futebol ou até mais, e veja o que tem acontecido na Austrália ultimamente: jogadores saindo do armário e clubes apoiando.
ResponderExcluirAs mudanças no âmbito do futebol já começaram... ;)
Beijo na "gorduchinha", Serginho. hehehe
Sergio Viula