UMA ESCOLA BÍBLICA BEM DIFERENTE!!! Vale a pena ver de novo... sob outra perspectiva!!! (CONTINUA NO POST SEGUINTE)

Assista e divirta-se






O Mito do Gênesis: Um Entre Muitos


Muita gente lê o livro de Gênesis, no Antigo Testamento, como se sua narrativa fosse a única versão antiga sobre a origem do mundo e da humanidade. Mas a verdade é que o mito bíblico da criação não surgiu isolado: ele é apenas um entre inúmeros mitos de criação que circulavam no Oriente Médio e no norte da África muito antes e durante a redação dos textos bíblicos.

Por que isso?

Porque todos os povos antigos buscavam respostas para as mesmas perguntas:


  • De onde viemos?
  • Como surgiu a vida?
  • Qual é o papel da humanidade no universo?

E, à medida que povos se encontravam, guerreavam, faziam comércio ou conviviam lado a lado, mitos eram trocados, adaptados e reinterpretados conforme a religião, a política e a cultura local.

As raízes mais antigas: Mesopotâmia

As influências mais evidentes vêm da Mesopotâmia, a “terra entre rios” (Tigre e Eufrates), berço de algumas das primeiras civilizações do mundo.


Enuma Elish (Babilônia): Narra como o deus Marduque derrota a deusa do caos, Tiamat, e cria o mundo a partir do corpo dela. Lembra de Gênesis 1:2? “A terra era sem forma e vazia.” A ideia do caos primordial vem daqui.

Épico de Gilgamesh: Contém uma história de dilúvio muito parecida com a de Noé, inclusive com um barco, animais e um herói que escapa das águas.

Quando os hebreus foram exilados na Babilônia (século VI a.C.), essas histórias já eram conhecidas há séculos — e provavelmente influenciaram a forma como Gênesis foi escrito ou editado.

A influência do Egito

No Egito Antigo, mitos falavam de um oceano primordial (Nun) e de um deus criador (Atum) que traz ordem ao mundo pelo poder da palavra. Esse detalhe aparece em Gênesis: “Disse Deus: haja luz.” A criação acontece pela ordem verbal de Deus — não por guerras entre deuses rivais, como nos mitos mesopotâmicos.

O toque israelita: um Deus único e supremo

  • O que torna o Gênesis diferente não é a história em si, mas a teologia por trás dela.
  • Em vez de vários deuses, há apenas um Deus.
  • O sol, a lua e as estrelas — divindades em outros povos — aqui são simples criações.

E o ser humano, feito à “imagem e semelhança de Deus”, recebe dignidade especial, não existindo apenas para servir aos deuses, mas como parte central da criação.
Um mito, muitas versões

O mito do Gênesis, portanto, faz parte de uma tradição muito mais ampla de mitos de criação. Ele traz elementos mesopotâmicos, egípcios e cananeus, mas adapta tudo para transmitir a fé monoteísta do povo hebreu.

Assim, quando lemos Gênesis, não estamos vendo a “primeira” nem a “única” versão de uma narrativa de criação — e sim uma adaptação feita para afirmar a identidade religiosa de Israel em meio a um mundo cheio de deuses, mitos e cosmogonias. Apenas mais uma entre muitas narrativas míticas de origem.

Comentários

Postar um comentário

Deixe suas impressões sobre este post aqui. Fique à vontade para dizer o que pensar. Todos os comentários serão lidos, respondidos e publicados, exceto quando estimularem preconceito ou fizerem pouco caso do sofrimento humano.