Mulher Maravilha apoia menina moleque de 8 anos de idade que foi expulsa de uma escola 'cristã'
Mulher Maravilha apoia menina moleque de 8 anos de idade
Lynda Carter tuitou apoio à jovem Sunnie Kahle depois que ela foi removida de sua escola elementar cristã por "exibir uma identidade de gênero alternativa".
Por PATRICK YACCO para a revista THE ADVOCATE
Lynda Carter tuitou apoio à jovem Sunnie Kahle depois que ela foi removida de sua escola elementar cristã por "exibir uma identidade de gênero alternativa".
Por PATRICK YACCO para a revista THE ADVOCATE
https://www.advocate.com/politics/transgender/2014/03/31/wonder-woman-stands-8-year-old-tomboy-kicked-out-christian-school
31 de março de 2014
Traduzido por Sergio Viula
A icônica Mulher Maravilha encorajou Sunnie Kahle, a garotinha de 8 anos de idade que foi removida de uma escola elementar cristã na Virgina por seus avós depois que funcionários da escola advertiram-na que cortar o cabelo curto, gostar de esportes, e usar tênis para ir â escola eram expressões inapropriadas que "exibiam uma identidade de gênero alternativa".
Carter tuitou: "Enviando amor à pequena Sunnie Kahle! Permaneça forte e ame quem você é... cabelo curto, tênis e tudo."
As palavras de encorajamento da atriz são um contraste bem-vindo à carta que os avós de Kahle receberam da Escola Cristã de Timberlake, que informava à família que a menina de 8 anos de idade não seria bem-vinda para o período de 2014-2015 a menos que seu vestido e seu comportamento se conformassem "à sua identidade ordenada por Deus."
Administradores da escola alegam que a expressão de gênero de Kahle "perturbava o ambiente de sala de aula" e dizem que a escola é uma instituição que acredita na Bíblia e que não apoia a homossexualidade, a "imoralidade sexual', ou a não-conformidade de gênero. Apesar de não ser transgênero e se identificar como mulher, o tratamento que a escola deu a Kahle deixa claro que alunos LGBT não são bem-vindos à Timberlake Christian School.
Linda Carter, a Mulher Maravilha, tem sido uma declarada aliada tanto dos direitos da mulher como da comunidade LGBT por muitos anos. Mais recentemente, ela apareceu no documentário Wonder Women (Mulheres Maravilha), que destacava a conexão entre a personagem Mulher Maravilha e o progresso da igualdade de gêneros nas últimas décadas. O programa foi veiculado em festivas de filme pelo país todo [EUA] e na PBS's Independent Lens. Além disso, Carter foi nomeada Super Grand Marshal [uma espécie de Rainha] das festividades do Orgulho LGBT de Washington, D.C., em junho de 2013 e tem trabalhado para despertar consciências a respeito de temas relacionados ao bullying e à igualdade.
As pessoas geralmente não se dão conta do que enfrentam crianças bem pequenas por causa de sua orientação sexual e/ou de sua identidade de gênero. A escola elementar e a família podem ser cruéis com esses pequeninos.
Ontem mesmo, depois de sair do trabalho, enquanto caminhava procurando qualquer coisa que pudesse mastigar às 22h, decidi dar uma olhada no cardápio do Bob's (era isso ou Mc Donald's). Lembrei que havia uma alternativa que combinava comigo: Sanduíche de atum. Estava ainda do lado de fora olhando o painel, quando uma professora amiga minha e sua irmã, que também é professora, me chamaram.
Entrei, falei com as duas, e elas me convidaram para sentar ali. Então, fiz meu pedido e comecei a conversar com elas enquanto esperava. A irmã da minha colega é professora do ensino elementar e estava ansiosa por algum conselho sobre como ajudar seus pequenos alunos que já sofrem preconceito na escola e em casa por serem identificados como homossexuais ou transgêneros. A pergunta se deve ao fato dela ter lido meu livro "Em Busca de Mim Mesmo" e acreditar que eu pudesse orienta-la de alguma forma.
Enquanto conversávamos, ela me contou sobre um garotinho que foi espancado em casa porque o pai queria que ele "agisse como homem". O menino confessou de quem e por que apanhou quando ela perguntou o que tinha acontecido, prometendo que não contaria a outras pessoas. O menino contou o que houve e confidenciou o seguinte: "O que é que eu posso fazer? Eu nasci com corpo de homem, mas me sinto mulher."
Um outro caso foi o de um garoto que foi flagrado pelos pais beijando outro garoto da idade dele. Fizeram um "auê" sobre isso. A mãe pediu ao namorado (policial) que fizesse alguma coisa. Segundo a professora, ele coagiu o outro garoto e ameaçou a família dele, sem contar que o filho dela ainda apanhou por causa do beijo.
A professora me contava tudo isso com lágrimas nos olhos, querendo uma resposta. Eu percebi que ali estava alguém de boa vontade, mas sem informação, sem preparo para lidar com a diversidade sexual e de gênero, bem como a homofobia doméstica e o bullying escolar. As universidades não preparam para esse tipo de crise/violência. As escolas fazem de conta que não veem. A família acredita que pode tudo e que ninguém tem nada a ver com isso. E quem fica no mais absoluto prejuízo é a criança.
Dei algumas orientações, mas a professora não conseguia concatenar todas as ideias que eu tentava expor o mais didaticamente possível. A emoção da dor de ver aquelas crianças sofrendo injustamente prevalecia sobre o pensamento lógico. Ela ama seus alunos e sofre com/por eles.
Por fim, prometi sugerir uma bibliografia e alguns sites na internet que poderão ajuda-la a se preparar para a tarefa de educar sem [e contra a] discriminação.
Pais e responsáveis por menores de idade têm que deixar de dar ouvidos aos pregadores do ódio, aos [des]educadores que promovem discriminação ou 'ignoram' o bullying, às pessoas ao redor, e começar a amar seus filhos do jeito que eles são, respeitando integralmente sua maneira de amar e de se expressar. Se não fizerem isso, serão os principais responsáveis por muito desequilíbrio, infelicidade e até suicídio por parte de seus filhos.
A professora me disse que algumas daquelas crianças de 9, 10 e 11 anos já consideram o suicídio como uma alternativa para escapar dos maus tratos em casa e do bullying na escola.
Não basta apenas respeitar essas crianças, é preciso apoia-las. Ações concretas que promovam a inclusão e fortaleçam sua autoestima são fundamentais, sempre respeitando sua identidade e seu desejo.
Que bom seria se cada uma dessas crianças tivesse sua própria Mulher Maravilha na pessoa de cada mãe, avó, professora, etc. Ou um Charles Xavier (veja X-Men) na pessoa de cada pai, avô, professor, etc. Esses personagens fictícios têm muito a ensinar aos atores sociais na vida real.
31 de março de 2014
Traduzido por Sergio Viula

A icônica Mulher Maravilha encorajou Sunnie Kahle, a garotinha de 8 anos de idade que foi removida de uma escola elementar cristã na Virgina por seus avós depois que funcionários da escola advertiram-na que cortar o cabelo curto, gostar de esportes, e usar tênis para ir â escola eram expressões inapropriadas que "exibiam uma identidade de gênero alternativa".
Carter tuitou: "Enviando amor à pequena Sunnie Kahle! Permaneça forte e ame quem você é... cabelo curto, tênis e tudo."
As palavras de encorajamento da atriz são um contraste bem-vindo à carta que os avós de Kahle receberam da Escola Cristã de Timberlake, que informava à família que a menina de 8 anos de idade não seria bem-vinda para o período de 2014-2015 a menos que seu vestido e seu comportamento se conformassem "à sua identidade ordenada por Deus."
Administradores da escola alegam que a expressão de gênero de Kahle "perturbava o ambiente de sala de aula" e dizem que a escola é uma instituição que acredita na Bíblia e que não apoia a homossexualidade, a "imoralidade sexual', ou a não-conformidade de gênero. Apesar de não ser transgênero e se identificar como mulher, o tratamento que a escola deu a Kahle deixa claro que alunos LGBT não são bem-vindos à Timberlake Christian School.
Linda Carter, a Mulher Maravilha, tem sido uma declarada aliada tanto dos direitos da mulher como da comunidade LGBT por muitos anos. Mais recentemente, ela apareceu no documentário Wonder Women (Mulheres Maravilha), que destacava a conexão entre a personagem Mulher Maravilha e o progresso da igualdade de gêneros nas últimas décadas. O programa foi veiculado em festivas de filme pelo país todo [EUA] e na PBS's Independent Lens. Além disso, Carter foi nomeada Super Grand Marshal [uma espécie de Rainha] das festividades do Orgulho LGBT de Washington, D.C., em junho de 2013 e tem trabalhado para despertar consciências a respeito de temas relacionados ao bullying e à igualdade.
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
As pessoas geralmente não se dão conta do que enfrentam crianças bem pequenas por causa de sua orientação sexual e/ou de sua identidade de gênero. A escola elementar e a família podem ser cruéis com esses pequeninos.
Ontem mesmo, depois de sair do trabalho, enquanto caminhava procurando qualquer coisa que pudesse mastigar às 22h, decidi dar uma olhada no cardápio do Bob's (era isso ou Mc Donald's). Lembrei que havia uma alternativa que combinava comigo: Sanduíche de atum. Estava ainda do lado de fora olhando o painel, quando uma professora amiga minha e sua irmã, que também é professora, me chamaram.
Entrei, falei com as duas, e elas me convidaram para sentar ali. Então, fiz meu pedido e comecei a conversar com elas enquanto esperava. A irmã da minha colega é professora do ensino elementar e estava ansiosa por algum conselho sobre como ajudar seus pequenos alunos que já sofrem preconceito na escola e em casa por serem identificados como homossexuais ou transgêneros. A pergunta se deve ao fato dela ter lido meu livro "Em Busca de Mim Mesmo" e acreditar que eu pudesse orienta-la de alguma forma.
Enquanto conversávamos, ela me contou sobre um garotinho que foi espancado em casa porque o pai queria que ele "agisse como homem". O menino confessou de quem e por que apanhou quando ela perguntou o que tinha acontecido, prometendo que não contaria a outras pessoas. O menino contou o que houve e confidenciou o seguinte: "O que é que eu posso fazer? Eu nasci com corpo de homem, mas me sinto mulher."
Um outro caso foi o de um garoto que foi flagrado pelos pais beijando outro garoto da idade dele. Fizeram um "auê" sobre isso. A mãe pediu ao namorado (policial) que fizesse alguma coisa. Segundo a professora, ele coagiu o outro garoto e ameaçou a família dele, sem contar que o filho dela ainda apanhou por causa do beijo.
A professora me contava tudo isso com lágrimas nos olhos, querendo uma resposta. Eu percebi que ali estava alguém de boa vontade, mas sem informação, sem preparo para lidar com a diversidade sexual e de gênero, bem como a homofobia doméstica e o bullying escolar. As universidades não preparam para esse tipo de crise/violência. As escolas fazem de conta que não veem. A família acredita que pode tudo e que ninguém tem nada a ver com isso. E quem fica no mais absoluto prejuízo é a criança.
Dei algumas orientações, mas a professora não conseguia concatenar todas as ideias que eu tentava expor o mais didaticamente possível. A emoção da dor de ver aquelas crianças sofrendo injustamente prevalecia sobre o pensamento lógico. Ela ama seus alunos e sofre com/por eles.
Por fim, prometi sugerir uma bibliografia e alguns sites na internet que poderão ajuda-la a se preparar para a tarefa de educar sem [e contra a] discriminação.
Pais e responsáveis por menores de idade têm que deixar de dar ouvidos aos pregadores do ódio, aos [des]educadores que promovem discriminação ou 'ignoram' o bullying, às pessoas ao redor, e começar a amar seus filhos do jeito que eles são, respeitando integralmente sua maneira de amar e de se expressar. Se não fizerem isso, serão os principais responsáveis por muito desequilíbrio, infelicidade e até suicídio por parte de seus filhos.
A professora me disse que algumas daquelas crianças de 9, 10 e 11 anos já consideram o suicídio como uma alternativa para escapar dos maus tratos em casa e do bullying na escola.
Não basta apenas respeitar essas crianças, é preciso apoia-las. Ações concretas que promovam a inclusão e fortaleçam sua autoestima são fundamentais, sempre respeitando sua identidade e seu desejo.
Que bom seria se cada uma dessas crianças tivesse sua própria Mulher Maravilha na pessoa de cada mãe, avó, professora, etc. Ou um Charles Xavier (veja X-Men) na pessoa de cada pai, avô, professor, etc. Esses personagens fictícios têm muito a ensinar aos atores sociais na vida real.
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