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Dia das Consciência Negra - uma reflexão para negros e não-negros

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Por Sergio Viula Muitas pessoas se perguntam por que temos um dia chamado "Dia da Consciência Negra". Para muitos, esse dia significa feriado - privilégio de algumas cidades e de algumas pessoas nessas cidades, não de todas. Para outros, é um dia para jogar a velha cortina de fumaça sobre uma luta legítima, dizendo coisas como "todas as vidas importam". Esse tipo de subterfúgio não passa de uma manobra discursiva para dizer que vidas negras não merecem qualquer atenção especial, mesmo quando o racismo estrutural que as massacra segue sem trégua. A verdade é que o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca a importância da reflexão sobre a história e cultura afro-brasileira. O dia marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola, e foi escolhido para promover o debate e outras ações em prol da igualdade racial e do combate ao racismo estrutural. Trata-se de uma oportunidade de nos debruçarmos sobre o tema da diversidade racial, reconhecendo a

EXCLUSIVO: Entrevista com Alexander Mello, produtor do Rio Festival de Gênero e Sexualidade no Cinema.

Alexander Mello, produtor do Rio Festival Gênero & Sexualidade no Cinema


Fora do Armário: Alexander, como você veio a se envolver com cinema e como surgiu a ideia de fazer o Festival de Gênero e Sexualidade no Cinema? Se não me engano, o festival tinha outro nome anteriormente, certo?

Alexander: Sou formado em cinema pela UNESA e desde então trabalho com a realização e curadoria de mostras e festivais de cinema no Brasil e no exterior. Com a abertura da minha produtora Cromakey, comecei a investigar os assuntos relacionados aos gêneros e sexualidades. A minha fascinação por esse assunto e a ideia de criar um evento com uma cara bem especial fez com que o Rio Festival Gay de Cinema nascesse.

Fora do Armário: Vocês projetam filmes de todos os lugares do mundo. Eu mesmo já vi filmes de Israel, Austrália, Alemanha, Canadá, Argentina, além dos filmes nacionais. Como você e sua equipe selecionam as obras que serão apresentadas? Dos filmes já projetados pelo Cinclube Gêneros & Sexualidades ou pelo Rio Festival Gênero e Sexualidade no Cinema, qual é o seu predileto de todos os tempos? Por quê?


Foto: cena do filme "A Paixão de JL".
Alexander: A curadoria é conectada com os festivais internacionais e brasileiros de cinema e com as informações atuais mais importantes relacionadas aos gêneros e às sexualidades. A qualidade cinematográfica e a filmografia do diretor também são levadas em conta na hora da seleção. Os filmes são selecionados para mostras específicas conforme seu conteúdo e proposta. Gosto de muitos filmes. É estranho escolher um só depois de anos de festival, mas o Paixão de JL é um dos filmes recentes que destaco, pela simplicidade na realização e pelo roteiro voraz. 


Fora do Armário: Na sua opinião, qual é o papel do cinema com temática LGBTQIA (lésbicas, gay, bissexuais, transgênero, queer, intersexual e assexual)? Você poderia contar alguma experiência marcante nesse sentido?

Alexander: O principal papel é a representação dos LGBTQIA... e de todos os outros que não se encaixam: os fluidos, os não binários etc. Acompanhar essas transições e transformações de conceitos relacionados aos gêneros e às sexualidades nos filmes é a experiência mais marcante que tive, e continuo tendo.

Fora do Armário: O Brasil ainda precisa avançar muito no que diz respeito ao financiamento de projetos culturais. Você considera que a arte que tematiza a diversidade sexual e de gênero enfrenta maiores dificuldades hoje ou já está em pé de igualdade com as que abordam outros temas?

Alexander: Acredito que a questão gênero e sexualidade está atraindo a atenção de muitas pessoas, instituições e empresas. O tema deixou de ser polêmico para ser essencial na cultura.

Fora do Armário: Fale um pouco sobre o Rio Festival G&S no Cinema para esse ano. Quais serão as novidades ou os pontos altos dessa edição? As inscrições para filmes ainda estão abertas, certo? Como é que os diretores ou produtores podem submeter suas obras e quais são os critérios básicos?

Alexander: As inscrições abrem dia 1 de fevereiro no site www.riofgc.com. A ficha de inscrição e o regulamento estarão disponíveis online. A inscrição de filmes é gratuita. Esta edição terá muitas novidades relacionadas à programação, à maior interação e à interferência do público com os filmes. Nessa edição do festival, esse será o ponto alto.

Fora do Armário: Você acredita que as representações da comunidade LGBT na mídia (cinema e TV, principalmente) podem ajudar a construir uma cultura de diversidade e inclusão? Considera que isso já está acontecendo? Poderia citar um exemplo?

Alexander: Todos os meios de comunicação têm sua parcela de colaboração em relação à inclusão do tema gênero e sexualidade na nossa sociedade.  No cinema os assuntos são problematizados e colocados ao extremo, enquanto a TV por sua vez encontra formas de imprimir os conceitos básicos sobre o assunto. Acredito que todas as formas de divulgação do tema são importantes, e isso já acontece em todas as vertentes.

Fora do Armário: Você, sua equipe, o Cineclube LGBT ou o Festival G&S no Cinema já enfrentaram algum tipo de perseguição por parte de fundamentalistas e outros conservadores? Como foi e qual foi o desfecho?

Alexander: Já aconteceu um caso em que o cartaz do festival Diversidade em Animação foi levado para um programa de entrevistas na TV com intuito de difamar o cinema de animação por estar relacionado às questões de gênero e sexualidade. Foi um caso que fez com que mais pessoas fossem para a sala de cinema ver o festival.

Fora do Armário: Eu (Sergio Viula) lembro de ter visto esse programa. Fiquei horrorizado com a cara de pau do indivíduo. Eu fui a todas as edições de animação. Não lembro se todas foram promovidas pela sua produtora, mas eu sempre curti muito. Que bom que o oponente virou promotor do evento sem querer. (risos)

Antes de encerrarmos, gostaria que você falasse um pouco de si mesmo. Vamos trabalhar as perguntas e respostas em forma de ping pong, certo?

Ping Pong

Fora do Armário: Onde nasceu? 

Alexander: Nasci no Rio de Janeiro.

Fora do Armário: Seus hobbies favoritos? 

Alexander: Amo assistir filmes no cinema e em casa, e reeditar cenas de outros filmes.

Fora do Armário: Cidade predileta para passar férias? 

Alexander: Adoro passar as férias em lugares calmos e com beleza natural. 

Fora do Armário: Casado, solteiro, enrolado? 

Alexander: Sou casado.

Fora do Armário: Um sonho pessoal? 

Alexander: Tenho o sonho de tornar o festival muito maior.

Fora do Armário: Planos para os próximos cinco anos? 

Alexander: Tornar o festival muito maior - esse é o meu plano para os próximos 5 anos.

Fora do Armário: O que te faz rir? 

Alexander: Conversar com amigos sobre casos que aconteceram na vida me faz rir.

Fora do Armário: O que te faz chorar? 

Alexander: Bons filmes me fazem chorar.

Fora do Armário: O que te deixa furioso? 

Alexander: Falta de bom humor nas pessoas me deixa furioso.

Fora do Armário: O que te move?

Alexander: O cinema e o amor me movem, juntos.


O Blog Fora do Armário agradece ao querido Alexander Mello pelo tempo dedicado a responder essa entrevista e pela carinhosa autorização para que fosse publicada aqui nesse espaço. 

Aproveito para lembrar às queridas leitoras e aos queridos leitores do Blog Fora do Armário a data da próxima edição do festival. Fica a dica: curtam a página no Facebook para serem atualizados sobre o evento. Um abraço a todxs! ;) 


Rio Festival de Gênero e Sexualidade no Cinema

7 a 17 de julho de 2016
Rio de Janeiro
Produtor: Alexander Mello



MARQUE PRESENÇA TAMBÉM NA PÁGINA DO EVENTO: 

https://www.facebook.com/events/936460793066377/




SOBRE O CINECLUBE G&S DURANTE O ANO DE 2016:




CINECLUBE GÊNEROS E SEXUALIDADES
Estreias e retrospectivas de filmes sobre gênero e sexualidade, sessões comentadas pelos diretores dos filmes e performances.

DATAS (Todo último sábado do mês*):
30 JAN
27 FEV
26 MAR
30 ABR
28 MAI
25 JUN
30 JUL
27 AGO
29 OUT
26 NOV
03 DEZ.

HORÁRIOS DAS SESSÕES: 17h e 19h

LOCAL: Centro Cultural Justiça Federal
(Av. Rio Branco 241, Centro, Rio de Janeiro. Tel.: 3261-2550)

INGRESSO DA SESSÃO: R$ 8 e R$ 4 (meia)

* Exceto no mês de dezembro. Excepcionalmente, não haverá sessão no mês de setembro.

APOIO INSTITUCIONAL
Centro Cultural Justiça Federal

REALIZAÇÃO
Cromakey Cinema

CONTATO: contato@riofgc.com
https://www.facebook.com/events/1687581901458856/

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