
No dia 17 de maio, o mundo inteiro marca o Dia Internacional de Combate à Homofobia, à Transfobia e à Bifobia. A data não foi escolhida por acaso: em 1990, a Organização Mundial da Saúde retirou oficialmente a homossexualidade da lista de doenças mentais, um passo simbólico e essencial para derrubar séculos de preconceito travestido de “ciência”.
Mas, mais de três décadas depois, a pergunta que fica é: por que ainda precisamos dessa data?
Uma data que denuncia e resiste
O 17 de maio não é uma celebração. É um chamado. Um grito coletivo de resistência contra a violência, o apagamento e a desumanização de pessoas LGBTQIA+. É um dia para lembrar que, no Brasil, amar alguém do mesmo sexo ou ser uma pessoa trans ainda pode custar a vida.
Somos o país que mais mata pessoas trans no mundo. Casais homoafetivos ainda sofrem agressões públicas. Crianças e adolescentes LGBTQIA+ enfrentam bullying, expulsão de casa e abandono. O preconceito segue firme nos discursos políticos, nos púlpitos religiosos e, infelizmente, nas políticas públicas — ou na ausência delas.
Avançamos, sim. Mas não o suficiente.
É verdade: o Brasil já conquistou direitos importantes. A união estável homoafetiva foi reconhecida pelo STF em 2011. O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo foi autorizado em 2013. Em 2018, pessoas trans passaram a ter o direito de mudar nome e gênero no registro civil sem necessidade de cirurgia ou decisão judicial. Em 2019, o Supremo equiparou a homofobia e a transfobia ao crime de racismo, diante da omissão do Congresso.
São vitórias reais — e muito valiosas. Mas ainda vivemos em um país onde ser LGBTQIA+ é, muitas vezes, sinônimo de exclusão e risco. Os números de assassinatos, agressões e suicídios são alarmantes. A ausência de políticas de proteção, educação e inclusão mostra que o preconceito não é um desvio isolado: é estrutural.
O que significa combater a homofobia?
Combater a homofobia, a transfobia e a bifobia não é só punir crimes de ódio, embora isso seja urgente. É também:
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Garantir acesso digno à saúde, à educação e ao trabalho.
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Criar políticas públicas que respeitem e incluam todas as identidades de gênero e orientações sexuais.
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Promover educação sexual e de gênero nas escolas — sim, com orgulho!
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Apoiar jovens LGBTQIA+ que são expulsos de casa ou abandonados pela família.
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Fortalecer o protagonismo de pessoas LGBTQIA+ na política, na cultura, na mídia e em todos os espaços.
17 de maio é todo dia
Neste 17 de maio, o Fora do Armário reafirma: amar não é doença, crime ou pecado. É um direito humano. A luta contra o preconceito não se resume a uma data, mas ela serve para nos lembrar que ainda estamos longe da igualdade real.
Se você é LGBTQIA+, saiba: sua existência é legítima, sua vida importa e seu amor é bonito. Se você é aliado, use sua voz. Reflita. Apoie. Denuncie. Seja parte da transformação.
Porque combater a homofobia é construir um mundo mais justo, mais livre e mais humano — para todos nós.
Super apoio .
ResponderExcluirParabéns .
Obrigado pelo apoio e carinho. ❤️🏳️🌈
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