O pastor André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha e uma figura de forte influência entre os evangélicos conservadores, foi condenado judicialmente a pagar uma indenização de R$ 15 mil ao influenciador Miguel Guilherme Winter da Costa Seabra — conhecido como Gui Winter Rey — por danos morais resultantes de declarações homofóbicas feitas em 2024.
A polêmica teve início em outubro daquele ano, durante o evento “Deus Odeia o Pecado”, promovido pela Igreja Lagoinha. Na ocasião, Valadão fez afirmações abertamente discriminatórias em relação à comunidade LGBTQIA+, sugerindo que pessoas LGBTQIA+ deveriam deixar de existir. As declarações ganharam ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa, gerando revolta e mobilização por parte de ativistas, influenciadores e juristas.
Gui Winter Rey, um jovem influenciador LGBTQIA+ com presença ativa nas redes sociais, foi um dos que denunciaram a fala de Valadão publicamente. Ele levou o caso à Justiça, argumentando que o discurso do pastor ultrapassava os limites da liberdade religiosa e incitava o ódio contra pessoas LGBTQIA+ — uma violação dos direitos humanos e da Constituição brasileira.
A Justiça deu razão a Gui Winter e determinou que Valadão pague a indenização por danos morais. Parte do valor da indenização já está sendo destinada a projetos sociais voltados para o acolhimento e o empoderamento da população LGBTQIA+.
Mas a história não terminou aí: após a condenação, André Valadão tentou, por meios judiciais, retirar os perfis de Gui Winter das redes sociais. A tentativa, no entanto, foi frustrada. A Justiça manteve o direito de Gui Winter à liberdade de expressão e à visibilidade de seu conteúdo, reafirmando a importância de proteger quem denuncia a LGBTfobia — especialmente quando parte de figuras públicas com grande poder de influência.
É importante lembrar: o influenciador vencedor da ação judicial não é o ator Guilherme Winter, famoso por interpretar Moisés na novela “Os Dez Mandamentos”, mas sim o criador de conteúdo Gui Winter Rey, ativo nas redes com mensagens de orgulho, resistência e crítica à intolerância religiosa.
Este caso marca um precedente importante: discursos de ódio disfarçados de opinião religiosa não estão acima da lei. Ninguém está autorizado a promover discriminação — nem mesmo em nome da fé.
No Brasil, país onde mais se mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, essa vitória judicial é um sopro de esperança. Que sirva de exemplo e combustível para seguirmos lutando por um país onde ninguém seja ofendido, apagado ou silenciado por ser quem é.
Muito bom! Bem feito!
ResponderExcluirVerdade. Meu esporte favorito, além de ser feliz, é ver gente dessa laia se lascando. 🤣🤣🤣🤣
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