Conheça a tocante história de dois pais e seus gêmeos biológicos



Escrito por Michelangelo Signorile para o The Huffington Post
https://www.huffpost.com/entry/jason-hanna-and-joe-riggs_n_5506720
Contato: mike.signorile@huffingtonpost.com

Traduzido por Sergio Viula para o Blog Fora do Armário







Jason Hanna e Joe Riggs, Pais Gays no Texas, 
Tiveram sua Paternidade Legal de Dois Gêmeos Negada




Originalmente postado em: 06/18/2014


É doloroso pensar que um estado tenha apagado os direitos de dois pais, e colocado a família em vulnerabilidade legal, apenas por discriminação contra casais gays e lésbicos. Mas isso foi o que aconteceu a um casal gay no Texas depois do que descreveram como o nascimento “mágico” de dois meninos gêmeos.

Jason Hanna e Joe Riggs são os orgulhosos pais de Lucas e de Ethan, que nasceram em abril, depois que eles conseguiram uma “mãe de aluguel”, CharLynn.

Ambos os homens são pais biológicos, cada um pai de um dos bebês. Mas, porque o Texas tem uma proibição sobre o casamento gay (foi declarado inconstitucional por uma juíza federal em fevereiro ultimo, apesar de ainda caber apelação da decisão), e porque um juiz pode usar seu próprio poder de decisão nesses casos, nenhum dos dois homens consta como pai nas certidões de nascimento de cada um dos meninos, nem pôde co-adotar cada o filho biológico do outro.

Só a mãe de alguel – que não tem qualquer relacionamento biológico com os garotos, uma vez que os embriões foram transferidos para ela, mas não são dela – está nas certidões de nascimento. Essencialmente, os homens não estão legalmente definidos como pais de seus próprios filhos. E apesar de terem como prova os testes de DNA, estão preocupados, especialmente se alguma coisa acontecer a um deles enquanto o outro ainda não pôde co-adotar o filho biológico do parceiro.

“Até agora no Texas, dois homens não podem constar na certidão de nascimento.” – explicou Jason Hanna numa entrevista para o SiriusXM Progress. “Então, nosso advogado seguiu a letra da lei. Fizemos uma petição à corte. Tínhamos os testes de DNA lá [na corte] e fizemos a petição ao juíza para remover definitivamente a mãe de aluguel da certidão de nascimento, uma vez que ela não tem qualquer ligação biológica com os meninos. Gostaríamos que cada pai biológico fosse colocado na certidão de nascimento de seu próprio filho, e então, finalmente, procederíamos à adoção pelo segundo pai. A petição inteira foi indeferida.”

Jason Hanna e Joe Riggs se conheceram há quarto anos e queriam viver juntos e criar filhos, então pouparam dinheiro, sabendo que esse seria um processo dispendioso. Casaram-se no último mês de julho em Washington DC, onde o casamento gay é legal, e então voltaram a Dallas para celebrar o casamento com a família e os amigos em agosto. Encontraram uma mãe de aluguel, e no último mês de abril, os gêmeos nasceram.

“Fomos chamados e, por fim, a juíza disse que com a informação que ela tinha diante de si, sob as leis do Texas, ela não podia garantir [a solicitação],” disse Riggs sobre audiência na semana passada. “Fiquei chocado. Tínhamos uma tonelada de perguntas enquanto saíamos do tribunal.”

Isso foi especialmente grotesco para Hanna e Riggs, porque outros casais gays no Texas, incluindo amigos deles, foram bem-sucedidos no processo. O advogado do casal ofereceu várias opções a eles sobre como recolocar a petição, alterando a burocracia e o processo. Mas não há dúvida de que se o casamento deles foi legalmente reconhecido, eles não deveriam ter esse problema de modo algum.

“Para garantir a adoção por um Segundo pai [automaticamente sob a lei atual], é preciso que as duas pessoas sejam casadas,” Jason explicou. “E então, considerando que não estamos legalmente casados aos olhos do Texas, eles não têm que legitimar a adoção pelo segundo pai porque não reconhecem nosso casamento… Fica a critério do juíza conceder ou não.”

“Sem [a co-adoção], se alguma coisa acontecer a mim ou ao Joe, não teremos qualquer recurso legal para manter o filho biológico do outro,” disse Hanna. “O estado poderia interferir e separar esses dois irmãos… Nós queremos reiterar quão importante é para o estado reconhecer cada família, seja do mesmo sexo ou do sexo oposto, e realmente garantir a que todos tenham proteção igual da parte do estado.”

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


O Portal do Congresso Brasileiro está fazendo uma pesquisa sobre o que é família, mas a pergunta é mal feita e as repostas podem ser distorcidas pela falta de compreensão do que significa realmente a pergunta.

ACESSE AQUI E ESCOLHA A OPÇÃO NÃO:

http://www2.camara.leg.br/agencia-app/votarEnquete/enquete/101CE64E-8EC3-436C-BB4A-457EBC94DF4E

Para entender melhor por que votar NÃO, acesse e leia:

https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2014/03/enquete-no-congresso-o-que-muita-gente.html

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ATUALIZAÇÃO EM 05/01/2025

Desde a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 2015, que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, houve avanços significativos nos direitos das famílias LGBTQIA+, incluindo o direito à adoção. Em abril de 2016, todos os 50 estados norte-americanos passaram a permitir a adoção por casais do mesmo sexo, após a revogação da proibição no Mississippi

No caso específico de Jason Hanna e Joe Riggs, que enfrentaram desafios legais para serem reconhecidos como pais de seus filhos gêmeos, houve desenvolvimentos positivos. Após a decisão de 2015, o casal conseguiu o reconhecimento legal como pais de Lucas e Ethan. Atualmente, eles compartilham momentos de sua família nas redes sociais, demonstrando uma vida familiar plena e feliz

Esses avanços refletem uma mudança significativa no reconhecimento e na proteção das famílias LGBTQIA+ nos Estados Unidos, embora ainda existam desafios e a necessidade de vigilância contínua para garantir a igualdade plena.

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