MANIFESTO DA GUERRILHA TRAVOLAKA
Na Guerrilha Travolaka, nós acreditamos no poder da visibilidade, e falar sobre nosso corpo, de nossa diferença e das mil e uma identidades que se escondem debaixo do mesmo rótulo trans.
Queremos nos apoderar do gênero, redefinir nosso corpo e criar redes comunicativas livres e abertas para nos desenvolver, nas quais qualquer um possa construir seus mecanismos contra as pressões de gênero. Não somos vítimas, nossas feridas de guerra não servem como escudos. Dinate da transnormatividade imposta por meio de uma moral médica restrita e de um sistema binômico, propomos novas formas alternativas de entender e construir o corpo. Não se trata de um terceiro sexo, já que não acreditamos num primeiro, tampouco em um segundo. Mesmo entendendo a utopia que isso propõe, queremos expressar livremente nossas identidades de gênero. Defendemos a dúvida, acreditamos no "voltar atrás" médico, como em um "seguir adiante"; pensamos que nenhum processo de construção deva ser irreversível. Queremos mostrar a beleza da androginia.
Acreditamos no direito de retirar as bandagens cirúrgicas para respirar; no direito de não mais arrancá-las; e no livre acesso a tratamentos hormonais sem a necessidade de certificados psiquiátricos.
Reivindicamos o viver sem permissão. Apoiamos ações diretas contra a transfobia. E para isso pensamos que há uma necessidade de redefinir os limites dessa fobia, de entender a existência de qualquer expressão de identidade de gênero não normativa, e não apenas o transexualismo.
Não acreditamos na disforia de gênero nem nos transtornos de identidade. Não acreditamos que somos loucos ou doentes, mas acreditamos sim na insanidade do sistema. Não nos classificamos por sexos, somos todos diferentes e independentes de nossos genitais, nossos lábios, olhos e mãos.
Não confiamos nos papéis burocráticos, no sexo legal; não necessitamos mencionar nosso sexo em nossa carteira de identidade. Não queremos que nos tratem como doentes mentais, porque não somos, e é assim que a medicina nos tem tratado há muito tempo!
Acreditamos no ativismo, na constância, na visibilidade, na liberdade, na resistência pela dignidade.
Não nos apresentamos como terroristas, mas sim, como piratas, trapezista e guerrilheiros do gênero.
Todos no mundo têm sua própria guerra, mas nem todos estão nos campos de batalha como nós, trans!
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Cláudia Wonder comenta abaixo do Manifesto:
Pois é, acredito que as pessoas, de um modo geral, estão cada vez mais tomando consciência da liberdade de expressão, e do que isso significa. Digamos não aos ditames opressores que só nos reduzem, como seres humanos criativos e inteligentes.
Bem-vindos à Guerrilha Travolaka!
Extraído de "Olhares de Cláudia Wonder - Crônicas e outras histórias

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Este video mostra a deslumbrante beleza das trans. Não é pornô, como alguns poderiam pensar. Infelizmente, muita gente só vê as trans como prostitutas. Isso é um erro.
Veja e babe. São todas brasileiras!
Ah, e só para esclarecer: este blog é um blog GAY com espaço para toda a diversidade homossexual, por isso tenho dado espaço aos temas relacionados à transexualidade. Todos crescemos com essa diversificação de temas! ;)
Assista aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=eO7R9xxcf7g
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