Deputados vão pedir detalhes ao MEC sobre kit contra homofobia

A homofobia entre estudantes é geradora de bullying e sofrimento
O Ministério da Educação vai receber dois pedidos de informação encaminhados pela Câmara dos Deputados sobre o polêmico material didático, ainda em elaboração pela pasta, que aborda a discriminação contra homossexuais, conhecido por "kit contra homofobia".
O referido material é um conjunto de vídeos que seriam distribuídos a 6.000 escolas do ensino médio e abordam questões como o o preconceito contra travestis e o relacionamento afetivo entre garotas.
Os pedidos de informação partiram de dois deputados evangélicos e foram ratificados na manhã desta quarta-feira, pela Mesa da Câmara. Um deles questiona o governo sobre os critérios de elaboração e distribuição do material; o outro quer detalhes do convênio firmado entre o ministério e a ONG responsável pela produção do kit e ainda quer cópia do material.
Na justificativa de um dos requerimentos, o deputado João Campos (PSDB-GO) diz ter recebido informações de que o vídeo "Encontrando Bianca" estimula que as crianças assumam sua "identidade homossexual", o que seria apontado aos professores como uma 'atitude correta a ser tomada dentro da sala de aula'.
O Ministério da Educação afirma não ter recebido os requerimentos e diz que o material didático ainda está em fase de análise.
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Se nós não aprendermos a conviver pacifica e construtivamente com as diferenças em casa e na sala de aula, vamos aprender onde? Tomara que o MEC não se curve diante da sede de poder desses deputados evangélicos reprodutores de neuroses geradas a partir de seus dogmas ultrapassados e - há muito - motivadores de discriminação de todos os tipos.
Os caras odeiam tudo o que é diferente. Eles perseguem os adeptos de outras religiões, os ateus, os gays, as lésbicas, os bissexuais, os transexuais, os travestis, os transgênero, os que defendem a liberdade sexual e o uso de preservativo, desprezam as mulheres em muitos aspectos, demonizam os movimentos punk, rock, hippie, os carnavalescos... até papai noel é alvo de ataque dos caras.
Se o Brasil estivesse sob o controle absoluto deles, a ditadura militar pareceria horário de recreio no jardim de infância. E olha que não faltaram porões de tortura naquele período.
A Câmara, o Senado e o Executivo não podem se curvar diante da insanidade dos fanáticos homofóbicos. Que o Judiciário continue de olhos bem abertos, porque a justiça é cega para as diferenças incidentais entre as pessoas (classe, gênero, etnia), não para a agressão à dignidade destas.
Outra coisa! Professores, educadores em geral e pais de alunos, com ou sem kit, eduquem para a diversidade. Ninguém poderá impedi-los de conduzir discussões criativas, construtivas e decentes sobre esta e outras questões consideradas "humanidades" em sala de aula ou em casa.
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