Primeiro ateu assumido concorrendo ao Congresso dos EUA

James Woods, primeiro candidato ao Congresso americano 
assumidamente ateu na história dos EUA



(CNN) -- Traduzido e adaptado por Sergio Viula
https://edition.cnn.com/2014/08/31/opinion/moreno-atheists-unelectable-congress/


Este outono, pela primeira vez na história dos EUA, um candidato abertamente ateísta está concorrendo às eleições para o Congresso. James Woods está travanndo uma batalha montanha acima como Democrata procurando representar o 5º Distrito Republicano no Arizona.

Não existe agora quaisquer membros ateístas no Congresso, apesar de 20% dos americanos declararem não ter afiliação religiosa, de acordo com o Pew Research Center, e entre 5% e 10% dos americanos não crerem num ser supremo.

Até agora, somente um congressista, Pete Stark da Califórnia, chegou a admitir ser ateu durante o mandato. Eleito pela primeira vez em 1972, Stark saiu do armário ateísta em 2007, mas perdeu sua campanha para reeleição em 2012, depois de servir naquela Casa por 40 anos.

(...)

Por que é que exigimos que nossos candidatos professem um a fé religiosa, mas não que demonstrem a menor educação científica? Nossos representantes no Congresso tomam decisões graves sobre políticas científicas e financiamento científico, e, todavia, são frequentemente hostis ao empreendimento científico em sua totalidade. Em 2012, o representante Paul Broun, da Califórnia, enquanto servia no comitê de ciência daquela Casa, disse que a evolução e o Big Bang são "mentiras das profundezas do inferno."

Enquanto um preconceito após o outro vem caindo no esquecimento e já elegemos mulheres, afro-americanos, gays e lésbicas, e judeus para nos representarem, vemos que o mundo não acabou. A vida continua, e nosso debate é enriquecido pela diversidade de opiniões. É hora de acabar com o preconceito que impede que pessoas qualificadas e sem fé considerem concorrer para um mandato público e que oficiais ateus sejam honestos sobre suas crenças.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


A situação no Brasil é parecida e até pior, uma vez que o fundamentalismo religioso é mais descarado aqui quando se trata de fazer "currais eleitorais" e bancadas que promovam a ignorância, o preconceito e a desigualdade. Felizmente, os ateus começam a erguer suas vozes e a mostrar que têm muito a contribuir para um debate sério e bem embasado a respeito das questões que mobilizam nossa atenção, assim como questões que os obscurantistas gostariam muito que nunca chegássemos a considerar seriamente.

Estamos em campanha eleitoral para cargos importantíssimos no Brasil: presidente, governador, deputado federal e deputado estadual. Não reeleja quem promoveu ideias anticientíficas e anti-humanistas, especificamente o racismo, a misoginia, a homofobia, a transfobia, a discriminação de religiões de matriz africana, e por aí vai. Não eleja gente que quer transformar o governo em servo de sua congregação e de seus caprichos megalomaníacos e esquizofrênicos.

Vote em candidatos que abracem a igualdade de direitos na diversidade de possibilidades de existência.

Só tem um jeito de equilibrar o jogo: não votar em fundamentalistas, conservadores e seus aliados. Se pastor recomenda, pode ter certeza que boa coisa não é. Primeiro, porque pastor que se preza não faz campanha eleitoral. Segundo, porque político que se preza sabe que a laicidade de sua campanha será o primeiro sinal da laicidade de seu possível futuro mandato. O contrário também é verdadeiro: se ele concorda em violar a laicidade já nas eleições, não será depois que ele fará diferente.

Então, viu pastor abraçadinho com o candidato A ou B, corra desse sujeito como quem viu assombração. ;)

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