El País: Revolta do #eusougay derrota censura chinesa na Internet

Revolta do #eusougay derrota censura chinesa na Internet


EL PAÍS
Macarena Vidal Liy
18/04/18
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/16/internacional/1523880501_618823.html

Adaptado por Sergio Viula



© AP Manifestação em favor da comunidade LGTB em Nanquim, no domingo




O governo chinês, sob a liderança de Xi Jinping, intensificou a censura na Internet após sua reeleição, com uma campanha de "limpeza" de conteúdos considerados inadequados. Entre os alvos da censura estão desde memes e piadas até temas como feminismo e conteúdo gay. Recentemente, a plataforma Weibo (semelhante ao Twitter) anunciou uma campanha para remover conteúdo pornográfico, violento e homossexual, alegando que tais temas eram "anormais" segundo diretrizes oficiais. Isso gerou grande protesto nas redes sociais, incluindo uma hashtag #eusougay que alcançou 300 milhões de registros antes de ser bloqueada.

A pressão popular levou a uma mudança de postura por parte da plataforma Sina Weibo, que decidiu não remover mais mangás e vídeos com conteúdo LGBTQ+. A comunidade gay e outros grupos, como jovens mais liberais, conseguiram uma vitória simbólica, destacando o impacto da mobilização social.

Além disso, a empresa de tecnologia Bytedance, dona de plataformas populares como Toutiao e Neihan Duanzi, enfrentou uma série de bloqueios e críticas após ser acusada de violar normas de censura. O fundador da empresa, Zhang Yiming, pediu desculpas publicamente, dizendo que os produtos da empresa estavam "incompatíveis com os valores socialistas".

Essa intensificação da censura ocorre em um contexto de maior controle sobre a Internet na China, com a aprovação de leis mais rígidas, como a Lei de Segurança Cibernética. A situação evidencia a tensão entre o avanço tecnológico e os controles políticos no país, onde a mobilização social na Internet tem desafiado as autoridades, especialmente em plataformas como o Neihan Duanzi, que serviam como espaço para a formação de comunidades e manifestações espontâneas.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

A repressão digital na China, que ficou ainda mais intensa com a censura de temas como conteúdo LGBTQ+, piadas e memes, vai além do simples controle da narrativa pública pelo Partido Comunista. Ela também expõe a crescente tensão entre a inovação tecnológica e o controle político. Grupos como a comunidade gay e outros usuários das redes sociais têm mostrado que, apesar da censura, estão encontrando maneiras de resistir. As consequências disso para a liberdade individual, para a economia digital e para o modelo político chinês são enormes, criando um ciclo onde o controle aumenta enquanto as formas de resistência vão se espalhando, mas de maneira significativa. No final das contas, a China está em um ponto de virada: um lugar onde tecnologia e censura estão se misturando cada vez mais, e o impacto disso na sociedade e na política global ainda está por se revelar.

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