Toma Lá, Dá Cá - 15/09/09 - Dra. Percy (a psicóloga da "cura gay")

Quando o humor escancara a verdade: “Toma Lá, Dá Cá” e a farsa da "cura gay"



Parabéns à Rede Globo e ao programa "Toma Lá, Dá Cá" pela coragem em enfocar o ridículo que é essa canalhice de tentar reverter a sexualidade alheia. Eles retrataram muito bem o assunto. Escancararam mesmo. Seguindo a trilha dos últimos acontecimentos ("grupos de reversão" e programas pseudo-psicológicos), a Dra. Persi representou o psicólogo que aplica o golpe da "reversão".


O elenco arrasou! Mostrou para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir a babaquice que é esse tipo de ideia.

Esse desabafo, feito na época em que o episódio foi ao ar, continua atual — e necessário. O programa "Toma Lá, Dá Cá", exibido pela Globo entre 2007 e 2009, usou o humor escrachado para denunciar uma prática tão absurda quanto perigosa: a chamada “cura gay”.

Na trama, a personagem Dra. Persi, vivida pela genial Marisa Orth, aparece como uma caricatura grotesca e hilária dos “profissionais” que prometem reverter a orientação sexual de seus pacientes — uma verdadeira crítica aos charlatães que usam da pseudociência para reforçar o preconceito e alimentar a homofobia.

Essa abordagem foi mais que uma piada. Foi um tapa de luva. Em plena TV aberta, numa época em que os direitos LGBTQIA+ eram ainda mais ignorados ou distorcidos pela mídia, o programa teve coragem de chamar as coisas pelo nome: isso é golpe, isso é canalhice, isso é babaquice.

O episódio foi uma forma potente de dizer ao público: não há nada de errado em ser gay, errado é tentar "consertar" o que não é defeito. E o mais bonito? Eles fizeram isso com inteligência, humor e um elenco afiado.

Vale lembrar que o próprio Conselho Federal de Psicologia, desde 1999, proíbe qualquer prática de “reversão sexual” por parte de psicólogos. Essas supostas “terapias” não apenas não funcionam — elas causam dor, trauma e sofrimento.

Quando a arte se posiciona, ela educa, provoca e transforma. E foi exatamente isso que "Toma Lá, Dá Cá" fez. Que mais produções tenham essa mesma ousadia: usar o riso como arma contra a ignorância.

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