Saramago enfrenta o cinismo da fé e responde com inteligência à insolência do Vaticano ✊📚

Publicado em outubro de 2009
Nem todo mundo se cala diante dos absurdos que saem do Vaticano. Enquanto o papa Bento 16 destilava doutrinas cada vez mais reacionárias, o escritor português José Saramago — Prêmio Nobel de Literatura — levantou a voz e disparou com precisão cirúrgica:
“As insolências reacionárias da Igreja Católica precisam ser combatidas com a insolência da inteligência viva.”
Saramago não economizou palavras ao criticar o então papa, Joseph Ratzinger, chamando-o de "cínico" por invocar um Deus invisível para justificar visões de mundo medievais e retrógradas.
“Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual desta pessoa.”
🔥 Queimou sem precisar de fogueira.
O escritor estava em Roma para divulgar seu livro "O Caderno", mas aproveitou o encontro com o filósofo italiano Paolo Flores D'Arcais para mostrar que sua lucidez continua afiada como sempre. E mais: anunciou que está deixando de ser um ateu “tranquilo”.
“Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só têm interesse no poder.”
Essa crítica não é nova para quem acompanha Saramago, mas ganha força justamente pelo momento em que a Igreja Católica parecia endurecer ainda mais seus discursos — especialmente contra minorias, mulheres e pessoas LGBTQIA+.
O que a Igreja quer controlar?
Para Saramago, o Vaticano nunca se preocupou de fato com as almas. O interesse da instituição sempre foi mais terreno: o controle sobre os corpos.
É nessa mesma lógica que se entende a obsessão de muitos líderes religiosos com quem podemos amar, com o que fazemos entre quatro paredes e com a liberdade de sermos quem somos. Por isso, a resposta precisa ser firme, ousada e inteligente.
Saramago encerra com uma convocação implícita: não basta ignorar o reacionarismo — é preciso enfrentá-lo.
📚 No dia seguinte ao colóquio em Roma, o autor lançaria o livro "Caim", mais uma obra em que cutuca as bases religiosas com ironia, coragem e questionamento.
A nós, leitores e viventes, resta seguir o conselho: que a insolência da inteligência viva continue sendo nossa arma contra a hipocrisia e o moralismo de conveniência.
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