São Paulo ganha frente contra a homofobia


Por Diana Dantas - O Estado de S.Paulo


Os recentes ataques a homossexuais em São Paulo levaram governo estadual, prefeituras, empresários, ONGs e religiosos a criar a Frente Paulista Contra a Homofobia. A ideia é promover manifestações, ações de conscientização, amparar as vítimas e pressionar o governo federal a tirar do papel projetos como a lei contra a homofobia, parada no Congresso. Hoje, há uma lei no Estado que pune esses casos apenas com multa.

"Se a violência na Avenida Paulista não tivesse sido filmada, não teria havido reação e os agressores estariam soltos. O poder público tem de reagir, investigar, prender, punir e deixar claro que não admite esse tipo de coisa", diz o advogado Eduardo Piza, um dos coordenadores do Instituto Edson Neri, que integra o grupo. A ideia é ter o poder público como parceiro. Também fazem parte da frente algumas entidades religiosas, como a Igreja da Comunidade Metropolitana e a Católicas pelo Direito de Decidir.

Para o dia 19, já está definido o apoio da frente à Marcha Contra a Homofobia, do grupo Ato Contra a Homofobia, que sairá da Rua da Consolação e seguirá pela Avenida Paulista até o número 777, onde três jovens foram agredidos em 14 de novembro, no primeiro da série de ataques a homossexuais na região central. Neste dia, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, deve anunciar a ampliação do serviço do Disque 100, que atualmente recebe denúncias de abuso e violência contra crianças e adolescentes. O telefone passará a atender também casos de homofobia e violência contra idosos e portadores de deficiência.

Também integrante do movimento, a Prefeitura lança a campanha Sampa, Na Luta Contra a Homofobia no início da programação carnavalesca da cidade, dia 26. A ação vai ocorrer no bloco da Secretaria de Participação e Parceria que desfila no Folia, na Avenida Tiradentes, e tem como tema a intolerância. A marca é um laço colorido, que une os logotipos do movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) e da campanha contra a Aids. "A ideia é criar um símbolo de luta. Enquanto houver homofobia, existirá a campanha", diz Franco Reinaudo, da Coordenadoria de Diversidade Sexual, integrante da secretaria.

Para o empresário Almir Nascimento, presidente da Associação Brasileira de Turismo GLS, a frente é importante para mostrar que há uma mobilização contra esses ataques. "O turismo é o setor que mais sofre com as agressões, principalmente o segmento LGBT, que é tão sensível. Já há várias entidades militantes, mas faltava uma frente para fazer pressão e que mostrasse força e poder de articulação."

Comentários

  1. é sempre assim! precisa alguém ou vários sofrerem pra tomar providência
    será que alguns mais vão ter que morrer pra lei sair de fato?

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  2. É verdade, Serginho. E o pior é que os que foram não voltam. Mas a gente espera que essas iniciativas previnam outras mortes.

    Beijo, menino!
    Sergio Viula

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