O que dizem os Mórmons que submeteram a terapias de reversão sexual?

Manifestação pró-inclusão e diversidade na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias



HTTP://FIERTH.COM – Uma recente pesquisa online com 1.600 mórmons gays conduzida pela Utah State University (Universidade do Estado de Utah) revelou que cerca de 65 por cento dos que se submeteram às ditas terapias para deixarem de ser gays consideraram tal terapia inútil ou prejudicial.

A pesquisa mencionada revela que a maioria dos mórmons gays que se submeteram a terapias de reversão sexual (também conhecidas como "terapias de conversão") considerou a experiência negativa. Cerca de 65% dos participantes classificaram a terapia como inútil ou prejudicial, sugerindo que essas práticas não apenas falham em mudar a orientação sexual, mas também podem causar danos psicológicos e emocionais.

Esse resultado é consistente com estudos científicos e posicionamentos de organizações médicas e psicológicas, como a American Psychological Association (APA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertam para os riscos dessas "terapias", incluindo depressão, ansiedade, baixa autoestima e até ideação suicida.

No contexto mórmon, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Igreja Mórmon) historicamente desencorajou relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, promovendo a castidade ou a heterossexualidade como opções aceitáveis. No entanto, nos últimos anos, a igreja tem suavizado algumas de suas posturas, reconhecendo parcialmente os desafios enfrentados por seus membros LGBTQ+, embora ainda mantenha sua doutrina tradicional sobre casamento e sexualidade.

A pesquisa da Utah State University reforça a crescente evidência de que as terapias de conversão são não apenas ineficazes, mas também potencialmente prejudiciais, especialmente em comunidades religiosas onde a pressão para mudar pode ser intensa.

Foram abordados 1.612 mórmons que se identificam como atraídos pelo mesmo sexo. Entre outras coisas, a pesquisa identificou o seguinte sobre as práticas e resultados dessas falsamente chamadas terapias de conversão:

  • Tentativas de mudança de orientação sexual: Aproximadamente 66% dos participantes relataram ter se engajado em esforços para mudar sua orientação sexual, utilizando múltiplos métodos ao longo de mais de 10 anos, em média.
  • Métodos religiosos: Entre os métodos mais comuns estavam práticas religiosas, como oração, jejum, estudo das escrituras e busca por um relacionamento mais próximo com Jesus Cristo.
  • Aconselhamento e terapia: Muitos participantes buscaram aconselhamento com líderes religiosos e participaram de terapias com profissionais de saúde mental na tentativa de alterar sua orientação sexual.
  • Percepção da eficácia: Uma parte significativa dos participantes considerou esses esforços ineficazes ou prejudiciais, alinhando-se com as conclusões de que as terapias de conversão não apenas falham em mudar a orientação sexual, mas também podem causar danos psicológicos e emocionais.

Esses resultados reforçam potenciais danos associados às terapias de conversão, especialmente dentro de comunidades religiosas.

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