Ministra Damares, diálogo só ser for para isso aqui.
Por Sergio Viula
Uma polêmica que certamente interessa e beneficia muito ao governo fascista que se inicia em 01/01/19 instalou-se no seio do Movimento LGBT. Sem qualquer proposta pró-LGBT e com muito discurso de ódio contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, a representante do governo Bolsonaro para os Direitos Humanos, quase tão caluniados quanto a comunidade LGBT e suas demandas, Damares Alves, espertamente conseguiu ficar literalmente 'bem na foto' depois que alguns ativistas LGBT se reuniram com ela semana passada.
A propaganda positiva e gratuita para esse governo fascista despertou a fúria de muitas pessoas LGBT e heterossexuais cisgêneras nas redes sociais.
Sem qualquer contrapartida que beneficiasse a comunidade LGBT, o governo colheu louros olímpicos sem ter percorrido um centímetro no velódromo dos direitos humanos aplicados aos humanos LGBT, enquanto pôde degustar a contemplação de um cisma entre quem batalha por avanços reais nas pautas dos Direitos Humanos.
Alguns acreditam que uma reunião com gente como a pastora e ministra Damares seja sinônimo de diálogo produtivo. Entre os tais, existem os otimistas, os desesperados, os ingênuos e os oportunistas - só para citar quatro.
Os otimistas sempre acham que tudo tende a melhorar, não importa o que aconteça. Até mesmo um presidente fascista e promotor de ódio poderia ser útil em alguma medida.
Os desesperados querem se agarrar a qualquer suposto fio de esperança. É como se qualquer chinelo flutuando numa enchente já fosse um bote salva-vidas. Portanto, um mero aceno da ministra é compreendido como interesse genuíno numa causa que ela sempre execrou.
Os ingênuos são como ovelhas que confundem lobos com cães pastores, apesar de eu mesmo nunca ter ouvido que tal coisa tenha acontecido no mundo dos ovinos e dos canídeos. Sentem-se seguros ao lado de quem vai devorá-las na primeira oportunidade.
Os oportunistas, como o termo mesmo indica, tiram partido das circunstâncias para obtenção de algo. Esse 'algo' pode ser de interesse geral ou de interesse meramente particular.
No caso da foto em questão e da participação de Toni Reis, com direito à bandeira do arco-íris, penso que tenha acontecido uma combinação dessas quatro atitudes. Quero crer - pelo belo histórico de luta que Toni Reis e seu marido David Harrad têm construído - que ele e os ativistas que o acompanhavam tenham sido otimistas demais, estejam desesperados por reverter o estrago que foi a eleição de um fascista como novo presidente, sejam suficientemente ingênuos para acreditar no canto dessa sereia carnívora que é a fundamentalista Damares, e que tenham sido oportunistas no melhor sentido - aquele que se refere a tirar partido das circunstâncias (a suposta abertura de Damares ao diálogo) para a obtenção de algo que nos interesse como segmento populacional.
De qualquer modo, é inegável o estrago que uma foto como aquela já nos causou.
Que tipo de diálogo seria do interesse de grande parte da comunidade LGBT, então?
1) Queremos o diálogo que esteja disposto a afirmar os direitos das pessoas LGBT no espaço escolar. Os estabelecimentos de ensino precisam reconhecer as pessoas LGBT na comunidade escolar e promover sua segurança, sejam alunos, pais ou mães de alunos, professores e outros profissionais que atuam para o seu bom funcionamento. O novo presidente sempre desprezou e difamou qualquer esforço nesse sentido. Sua oposição ao Projeto Escola sem Homofobia é conhecida de todos, especialmente depois de todas as fakes news sobre um suposto 'kit gay homossexualizador de criancinhas' promovidas por ele e seu clã.
2. Queremos o diálogo que esteja disposto a promover a inclusão das pessoas LGBT no mercado de trabalho, especialmente as pessoas travestis e transexuais. Empresas que promovem políticas de inclusão e crescimento profissional para LGBT deveriam receber algum tipo de incentivo, enquanto empresas que discriminam candidatos ou funcionários com essas características ou que toleram a discriminação por parte de outros colaboradores e/ou fornecedores deveriam ser penalizadas. Fundamentalistas e fascistas geralmente alegam que querem ter o direito de empregar quem bem entenderem, mas isso geralmente significa não empregar pessoas LGBT mesmo que sejam competentes e aptas, simplesmente porque são LGBT.
3. Queremos o diálogo que esteja disposto a garantir o direito à moradia de pessoas sexodiversas e/ou transgêneras, bem como famílias compostas por casais homoafetivos e/ou pessoas trans. O novo presidente já disse que pessoas LGBT morando na vizinhança desvalorizam os imóveis adjacentes.
4. Queremos o diálogo que esteja disposto a garantir e facilitar a formação de famílias homoparentais ou formadas por pessoas trans como entidades jurídicas com direitos plenos - o que inclui o reconhecimento desburocratizado de dois pais ou de duas mães nas certidões dos filhos adotados ou gerados por uma das partes apenas. Precisamos de leis que protejam os acordos firmados entre casais homoafetivos e mulheres interessadas em prestar o serviço de 'barriga solidária' ou de doação de óvulo, bem como de homens interessados em doar esperma, vetando qualquer recurso para reivindicação de maternidade ou paternidade por parte destes. O novo presidente já disse que preferiria um filho bandido a um filho gay - o que nos permite imaginar que ele também preferisse um pai bandido a um pai gay. Como acreditar que seu governo trabalhará para garantir os direitos dessas famílias?
5. Queremos o diálogo que esteja disposto a promover o resgate e a inclusão social da população LGBT de rua, muitas vezes alijada de casa por LGBTfobia doméstica. O novo presidente já disse que ter filho gay é falta de porrada e que surra pode mudar 'filho gayzinho'. É justamente esse tipo de violência doméstica, entre outros, que leva muitas crianças e adolescentes à situação de rua. Os agressores domésticos devem ser responsabilizados juridicamente e as vítimas devem ser conduzidas a casas de apoio preparadas para atender a esse segmento populacional, uma vez que as casas e abrigos existentes muitas vezes reproduzem LGBTfobia contra esses abrigados. Treinamento para atendimento à população LGBT desabrigada e supervisão para garantir que tais pessoas sejam devidamente atendidas devem ser uma constante.
6. Queremos o diálogo que esteja disposto a promover políticas de saúde voltadas para as pessoas LGBT, principalmente pessoas trans com suas especificidades. O novo presidente apoiou a PEC da redução de investimentos em saúde pública e nunca retirou esse apoio. Seu plano de governo, de 81 páginas, não diz nada sobre saúde da mulher trans ou do homem trans. Pelo contrário, em discurso sobre a 'superioridade' das escolas militares, o novo presidente (ainda candidato) disse que "a malfadada ideologia de gênero [diz] que ninguém nasce homem ou mulher, que isso é uma construção da sociedade. Isso é uma negação a quem é cristão e acredita no ser humano." Ele chama de 'ideologia de gênero' qualquer pensamento ou ação que vise a reduzir as restrições para a livre expressão de gênero por parte de qualquer cidadão, especialmente menores de idade.
7. Queremos o diálogo que esteja disposto a garantir a vida da população carcerária LGBT. Prisioneiras e prisioneiros LGBT correm graves riscos quando convivem com outras prisioneiras ou prisioneiros, muitos dos quais LGBTfóbicos, especialmente quando estes pertencem a facções criminosas, sejam traficantes ou milicianos. A ideia de que bandido bom é bandido morto é força motriz para o descaso diante da tortura e do assassinato de prisioneiros em geral. Como esperar algo melhor quando se trata da tortura e/ou da morte de prisioneiros LGBT, sejam elas perpetradas por funcionários do próprio sistema prisional ou por prisioneiros LGBTfóbicos?
8. Queremos o diálogo que esteja disposto a investir na prevenção ao HIV-AIDS e na qualidade de vida das pessoas HIV+ no que se refere à assistência de saúde por meio de atendimento com infectologistas e amplo acesso aos retrovirais, mesmo nas regiões mais remotas do país. Chega de atendimento com clínicos gerais em unidades de saúde totalmente desvinculadas de qualquer 'cultura' relacionada às necessidades dos portadores do vírus HIV, profundamente ignorantes em relação às melhores práticas nesses atendimentos. Em entrevista à apresentadora e atriz Mônica Iozzi, o novo presidente (ainda deputado) disse o seguinte: "Uma pessoa que vive na vida mundana depois vai querer cobrar do poder público um tratamento que é caro... Se não se cuidou, o problema é deles". Além de descabida e incompatível com as funções de um político, se esse princípio absurdo for aplicado a qualquer outro quadro de saúde, inclusive o de alguns tipos de câncer, muitos deles preveníveis, a maioria da população ficará relegada ao abandono, apesar de pagar impostos que deveriam garantir esse e outros serviços públicos a todos os cidadãos.
9. Queremos o diálogo que esteja disposto a criar e manter centros de apoio à cidadania de pessoas LGBT ou de setores voltados para tal em centros já existentes, de modo que cidadãos LGBT que estejam em busca de orientação sobre os serviços públicos possam ser orientados e encaminhados em suas demandas e necessidades, estejam elas enquadras nos oito itens acima ou não. Esses centros precisam apoiar principalmente pessoas vítimas de LGBTfobia ou que estejam contemplando o suicídio por causa das pressões a que são submetidas por serem lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneras. O novo presidente, quando ainda era deputado e articulava sua eleição como presidente, afirmou que tinha orgulho de dizer que é homofóbico e que em seu governo os LGBT "não terão sossego".
Diante de tudo isso, a pior coisa que nos poderia acontecer antes da posse do novo presidente seria conceder à pastora fundamentalista e substituta de Magno Malta, inúmeras vezes flagrada vociferando contra a comunidade e o movimento LGBT, uma foto segurando o bandeira do arco-íris com os dentes amostra como um jacaré que já sente o gosto da garça que ignora o perigo. Damares Alves precisa fazer mais do que dizer meia-dúzia de palavras (agora) simpáticas às pessoas LGBT. Enquanto isso, o Grupo Gay da Bahia (GGB) registrou 34,7 casos de homofobia por mês, entre janeiro e outubro de 2018, ou seja, uma média de 1,15 casos por dia.
O diálogo, que não deve ser recusado, vai muito além de um aceno demagógico por parte da ministra representante do presidente fascista e de uma inconsequente foto que mais parece apoio gratuito a um governo suspeito em tudo o que diz respeito aos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.
Um recado para o novo presidente: https://www.recado.alloutbrasil.org/
Aliança Nacional LGBTI promove reunião com a ministra Damares Alves em 19/12/18.
A propaganda positiva e gratuita para esse governo fascista despertou a fúria de muitas pessoas LGBT e heterossexuais cisgêneras nas redes sociais.
Sem qualquer contrapartida que beneficiasse a comunidade LGBT, o governo colheu louros olímpicos sem ter percorrido um centímetro no velódromo dos direitos humanos aplicados aos humanos LGBT, enquanto pôde degustar a contemplação de um cisma entre quem batalha por avanços reais nas pautas dos Direitos Humanos.
Alguns acreditam que uma reunião com gente como a pastora e ministra Damares seja sinônimo de diálogo produtivo. Entre os tais, existem os otimistas, os desesperados, os ingênuos e os oportunistas - só para citar quatro.
Os otimistas sempre acham que tudo tende a melhorar, não importa o que aconteça. Até mesmo um presidente fascista e promotor de ódio poderia ser útil em alguma medida.
Os desesperados querem se agarrar a qualquer suposto fio de esperança. É como se qualquer chinelo flutuando numa enchente já fosse um bote salva-vidas. Portanto, um mero aceno da ministra é compreendido como interesse genuíno numa causa que ela sempre execrou.
Os ingênuos são como ovelhas que confundem lobos com cães pastores, apesar de eu mesmo nunca ter ouvido que tal coisa tenha acontecido no mundo dos ovinos e dos canídeos. Sentem-se seguros ao lado de quem vai devorá-las na primeira oportunidade.
Os oportunistas, como o termo mesmo indica, tiram partido das circunstâncias para obtenção de algo. Esse 'algo' pode ser de interesse geral ou de interesse meramente particular.
No caso da foto em questão e da participação de Toni Reis, com direito à bandeira do arco-íris, penso que tenha acontecido uma combinação dessas quatro atitudes. Quero crer - pelo belo histórico de luta que Toni Reis e seu marido David Harrad têm construído - que ele e os ativistas que o acompanhavam tenham sido otimistas demais, estejam desesperados por reverter o estrago que foi a eleição de um fascista como novo presidente, sejam suficientemente ingênuos para acreditar no canto dessa sereia carnívora que é a fundamentalista Damares, e que tenham sido oportunistas no melhor sentido - aquele que se refere a tirar partido das circunstâncias (a suposta abertura de Damares ao diálogo) para a obtenção de algo que nos interesse como segmento populacional.
De qualquer modo, é inegável o estrago que uma foto como aquela já nos causou.
Que tipo de diálogo seria do interesse de grande parte da comunidade LGBT, então?
1) Queremos o diálogo que esteja disposto a afirmar os direitos das pessoas LGBT no espaço escolar. Os estabelecimentos de ensino precisam reconhecer as pessoas LGBT na comunidade escolar e promover sua segurança, sejam alunos, pais ou mães de alunos, professores e outros profissionais que atuam para o seu bom funcionamento. O novo presidente sempre desprezou e difamou qualquer esforço nesse sentido. Sua oposição ao Projeto Escola sem Homofobia é conhecida de todos, especialmente depois de todas as fakes news sobre um suposto 'kit gay homossexualizador de criancinhas' promovidas por ele e seu clã.
2. Queremos o diálogo que esteja disposto a promover a inclusão das pessoas LGBT no mercado de trabalho, especialmente as pessoas travestis e transexuais. Empresas que promovem políticas de inclusão e crescimento profissional para LGBT deveriam receber algum tipo de incentivo, enquanto empresas que discriminam candidatos ou funcionários com essas características ou que toleram a discriminação por parte de outros colaboradores e/ou fornecedores deveriam ser penalizadas. Fundamentalistas e fascistas geralmente alegam que querem ter o direito de empregar quem bem entenderem, mas isso geralmente significa não empregar pessoas LGBT mesmo que sejam competentes e aptas, simplesmente porque são LGBT.
3. Queremos o diálogo que esteja disposto a garantir o direito à moradia de pessoas sexodiversas e/ou transgêneras, bem como famílias compostas por casais homoafetivos e/ou pessoas trans. O novo presidente já disse que pessoas LGBT morando na vizinhança desvalorizam os imóveis adjacentes.
4. Queremos o diálogo que esteja disposto a garantir e facilitar a formação de famílias homoparentais ou formadas por pessoas trans como entidades jurídicas com direitos plenos - o que inclui o reconhecimento desburocratizado de dois pais ou de duas mães nas certidões dos filhos adotados ou gerados por uma das partes apenas. Precisamos de leis que protejam os acordos firmados entre casais homoafetivos e mulheres interessadas em prestar o serviço de 'barriga solidária' ou de doação de óvulo, bem como de homens interessados em doar esperma, vetando qualquer recurso para reivindicação de maternidade ou paternidade por parte destes. O novo presidente já disse que preferiria um filho bandido a um filho gay - o que nos permite imaginar que ele também preferisse um pai bandido a um pai gay. Como acreditar que seu governo trabalhará para garantir os direitos dessas famílias?
5. Queremos o diálogo que esteja disposto a promover o resgate e a inclusão social da população LGBT de rua, muitas vezes alijada de casa por LGBTfobia doméstica. O novo presidente já disse que ter filho gay é falta de porrada e que surra pode mudar 'filho gayzinho'. É justamente esse tipo de violência doméstica, entre outros, que leva muitas crianças e adolescentes à situação de rua. Os agressores domésticos devem ser responsabilizados juridicamente e as vítimas devem ser conduzidas a casas de apoio preparadas para atender a esse segmento populacional, uma vez que as casas e abrigos existentes muitas vezes reproduzem LGBTfobia contra esses abrigados. Treinamento para atendimento à população LGBT desabrigada e supervisão para garantir que tais pessoas sejam devidamente atendidas devem ser uma constante.
6. Queremos o diálogo que esteja disposto a promover políticas de saúde voltadas para as pessoas LGBT, principalmente pessoas trans com suas especificidades. O novo presidente apoiou a PEC da redução de investimentos em saúde pública e nunca retirou esse apoio. Seu plano de governo, de 81 páginas, não diz nada sobre saúde da mulher trans ou do homem trans. Pelo contrário, em discurso sobre a 'superioridade' das escolas militares, o novo presidente (ainda candidato) disse que "a malfadada ideologia de gênero [diz] que ninguém nasce homem ou mulher, que isso é uma construção da sociedade. Isso é uma negação a quem é cristão e acredita no ser humano." Ele chama de 'ideologia de gênero' qualquer pensamento ou ação que vise a reduzir as restrições para a livre expressão de gênero por parte de qualquer cidadão, especialmente menores de idade.
7. Queremos o diálogo que esteja disposto a garantir a vida da população carcerária LGBT. Prisioneiras e prisioneiros LGBT correm graves riscos quando convivem com outras prisioneiras ou prisioneiros, muitos dos quais LGBTfóbicos, especialmente quando estes pertencem a facções criminosas, sejam traficantes ou milicianos. A ideia de que bandido bom é bandido morto é força motriz para o descaso diante da tortura e do assassinato de prisioneiros em geral. Como esperar algo melhor quando se trata da tortura e/ou da morte de prisioneiros LGBT, sejam elas perpetradas por funcionários do próprio sistema prisional ou por prisioneiros LGBTfóbicos?
8. Queremos o diálogo que esteja disposto a investir na prevenção ao HIV-AIDS e na qualidade de vida das pessoas HIV+ no que se refere à assistência de saúde por meio de atendimento com infectologistas e amplo acesso aos retrovirais, mesmo nas regiões mais remotas do país. Chega de atendimento com clínicos gerais em unidades de saúde totalmente desvinculadas de qualquer 'cultura' relacionada às necessidades dos portadores do vírus HIV, profundamente ignorantes em relação às melhores práticas nesses atendimentos. Em entrevista à apresentadora e atriz Mônica Iozzi, o novo presidente (ainda deputado) disse o seguinte: "Uma pessoa que vive na vida mundana depois vai querer cobrar do poder público um tratamento que é caro... Se não se cuidou, o problema é deles". Além de descabida e incompatível com as funções de um político, se esse princípio absurdo for aplicado a qualquer outro quadro de saúde, inclusive o de alguns tipos de câncer, muitos deles preveníveis, a maioria da população ficará relegada ao abandono, apesar de pagar impostos que deveriam garantir esse e outros serviços públicos a todos os cidadãos.
9. Queremos o diálogo que esteja disposto a criar e manter centros de apoio à cidadania de pessoas LGBT ou de setores voltados para tal em centros já existentes, de modo que cidadãos LGBT que estejam em busca de orientação sobre os serviços públicos possam ser orientados e encaminhados em suas demandas e necessidades, estejam elas enquadras nos oito itens acima ou não. Esses centros precisam apoiar principalmente pessoas vítimas de LGBTfobia ou que estejam contemplando o suicídio por causa das pressões a que são submetidas por serem lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneras. O novo presidente, quando ainda era deputado e articulava sua eleição como presidente, afirmou que tinha orgulho de dizer que é homofóbico e que em seu governo os LGBT "não terão sossego".
Diante de tudo isso, a pior coisa que nos poderia acontecer antes da posse do novo presidente seria conceder à pastora fundamentalista e substituta de Magno Malta, inúmeras vezes flagrada vociferando contra a comunidade e o movimento LGBT, uma foto segurando o bandeira do arco-íris com os dentes amostra como um jacaré que já sente o gosto da garça que ignora o perigo. Damares Alves precisa fazer mais do que dizer meia-dúzia de palavras (agora) simpáticas às pessoas LGBT. Enquanto isso, o Grupo Gay da Bahia (GGB) registrou 34,7 casos de homofobia por mês, entre janeiro e outubro de 2018, ou seja, uma média de 1,15 casos por dia.
Jacaré americano captura com sucesso uma "garça nevada" (Egretta thula)
O diálogo, que não deve ser recusado, vai muito além de um aceno demagógico por parte da ministra representante do presidente fascista e de uma inconsequente foto que mais parece apoio gratuito a um governo suspeito em tudo o que diz respeito aos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.
Um recado para o novo presidente: https://www.recado.alloutbrasil.org/
Sergio, sempre perspicaz, como era de se esperar.
ResponderExcluirPena que ainda haja muitos Augustin Fernanez por aí. Precisamos de mais Sergios Viula.
Um item fundamental que ajudou a formentar o preconceito (o muito mais comum que há) aos LGBTIs e questões de gênero foi esquerdizações dos mesmos. No caso são os esquerdopatas, aqueles chatos que se comportam como crentes fanáticos querendo esquerdizar tudo.
ResponderExcluirLGBTIs, mulheres, questões de gênero, etnia, SL / CA... NADA com essa de "Esquerda" (ou "Direita"), são questões bem básicas, universais, de bom caráter apoiar.