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Dia das Consciência Negra - uma reflexão para negros e não-negros

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Por Sergio Viula Muitas pessoas se perguntam por que temos um dia chamado "Dia da Consciência Negra". Para muitos, esse dia significa feriado - privilégio de algumas cidades e de algumas pessoas nessas cidades, não de todas. Para outros, é um dia para jogar a velha cortina de fumaça sobre uma luta legítima, dizendo coisas como "todas as vidas importam". Esse tipo de subterfúgio não passa de uma manobra discursiva para dizer que vidas negras não merecem qualquer atenção especial, mesmo quando o racismo estrutural que as massacra segue sem trégua. A verdade é que o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca a importância da reflexão sobre a história e cultura afro-brasileira. O dia marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola, e foi escolhido para promover o debate e outras ações em prol da igualdade racial e do combate ao racismo estrutural. Trata-se de uma oportunidade de nos debruçarmos sobre o tema da diversidade racial, reconhecendo a

Lacração total! MONTERO (Call me by your name) - Lil Nas X

Cena do clip Montero (Call me by your name)



Por Sergio Viula


Deslumbrante, punjante e provocante - esses são apenas três dos muitos adjetivos que eu poderia utilizar para qualificar o clip  'Montero (Call Me by Your Name)' lançado por  Lil Nas X  na última sexta-feira, 26. O título da música reporta a "Me chame pelo seu nome", sucesso como livro e como filme em  2017.

Lis Nas X, atualmente com 21 anos de idade, revelou ser gay em 2019. 

Logo no começo do clip, ele já o tom da conversa: "Na vida a gente esconde a pessoa que a gente não quer que o mundo veja, prende, diz não e a bane, mas aqui, não. Bem-vindo a Montero".

O clip dialoga com mitos gregos e bíblicos com efeitos visuais simplesmente deslumbrantes. Além disso, o cantor desempenha papéis simultâneos interagindo consigo mesmo como personagens diversos. O clip, que começa no paraíso e termina no inferno, pode ser entendido de várias maneiras. Cito duas.

A primeira, como uma metáfora sobre as drogas, uma vez que ele fala sobre um rapaz viciado em cocaína: 

Cocaine and drinking wit' your friends
You live in the dark, boy, I cannot pretend
I'm not fazed, only here to sin
If Eve ain't in your garden, you know that you can
Call me when you want
Call me when you need
Call me in the morning
I'll be on the way
Call me when you want
Call me when you need
Call me out by my your name
I'll be on the way, like

O vício pode começar com a oferta de um paraíso de sensações e terminar num verdadeiro inferno existencial.

Uma segunda maneira de pensar o vídeo poderia ser a de uma reinterpretação subversiva das interpretações tradicionalmente mantidas pela ala conservadora do cristianismo e dos outros dois monoteísmos (judaísmo e islamismo). Haja vista que, no Éden, não há Eva. Lis Nas X convida a própria serpente ao prazer. Nada de pecado, apenas o puro desejo. O clip termina com o inferno, figura muito utilizada entre os dogmáticos homofóbicos para ameaçar  pessoas LGBT com castigos eternos, conforme as mais populares interpretações mítico-bíblicas entre os que classificam os homens como salvos ou perdidos. Ali, também, a ordem também é subvertida com o cantor seduzindo o próprio diabo e usurpando seu poder. Gays não se submetem nem mesmo no inferno. É subversão e reivneção na veia, bee!

Essa leitura poderia ser expandida de muitas maneiras, mas isso fica a cargo da imaginação de vocês. O clip pode ser visto logo abaixo. Divirta-se e compartilhe. 


 

O clip no canal oficial do cantor já tinha sido visualizado mais de 43 milhões de vezes no momento desse post sem contar os vídeos espalhados pela rede. 


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